O movimento palestino Hamas expressou profundo pesar pela decisão do Comitê Eleitoral Central da Palestina de não permitir que Hassan Salama, prisioneiro mantido em custódia pela ocupação de Israel, a candidatar-se nas iminentes eleições.
Em nota, declarou o Hamas: “Lamentamos profundamente a decisão do Comitê Eleitoral Central de negar a Hassan Salama seu direito de concorrer nas eleições, sob pretexto de que carece de registro eleitoral, embora detido pela ocupação há mais de um quarto de século”.
O Hamas informou ter contactado o chefe do Comitê Eleitoral Central antes de adicionar Salama à sua lista de candidatos, a fim de esclarecer a situação.
“Explicamos todas as circunstâncias ao contactar o Comitê Eleitoral Central para demonstrar a gravidade de negar a um preso palestino seu direito de concorrer às eleições, assim como a gravidade do comitê, como instituição nacional, de perpetrar tais atos injustificáveis”.
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Prosseguiu: “Em respeito às leis palestinas, diversos advogados competentes entraram com recurso contra a decisão do comitê na Corte Eleitoral, que analisou o processo no sábado e adiou a decisão até segunda-feira, conforme necessidade de maiores discussões”.
“Porém, ficamos chocados ao saber que a Corte Eleitoral recusou o recurso, em apoio à decisão do comitê”, declarou o movimento ao reivindicar nova análise. “O comitê deveria desenvolver mecanismos para preservar os direitos políticos dos presos palestinos”.
O Comitê Eleitoral Central, de sua parte, alegou em comunicado tratar-se de um órgão de estado que implementa leis relevantes – “sem qualquer viés a qualquer lado político”.
Por sua vez, Israel ameaçou “parar com tudo” caso o Hamas vença as eleições parlamentares.
Em carta da prisão, Salama expressou surpresa em ter de defender-se perante juízes palestinos. “É um pesadelo ter de defender meu direito de ser palestino por ser sequestrado e mantido em confinamento solitário pela ocupação israelense”, enfatizou.
Salama reiterou que não pôde registrar-se no banco de dados eleitoral devido à prisão.