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Biden elabora nova estratégia dos EUA para a Líbia

Presidente dos Estados Unidos Joe Biden comenta questão econômica e proposta de resgate de US$1.9 trilhão para conter a crise do coronavírus, em reunião na Casa Branca, em Washington DC, 5 de fevereiro de 2021 [Stefani Reynolds-Pool/Getty Images]

O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden deve apresentar em breve uma nova estratégia para a Líbia, distinta do discurso vago e ambíguo de seu predecessor Donald Trump, sobretudo em relação às ambições do general renegado Khalifa Haftar para governar o país africano.

Diferente de Trump (2017-2021), o governo Biden alega expressamente não tolerar os abusos cometidos pelas milícias comandadas por Haftar, conforme relatório emitido na última terça-feira (6) pelo Departamento de Estado sobre a pauta de direitos humanos em 2020.

O documento acusou os grupos paramilitares de Haftar de conduzir execuções sumárias e extrajudiciais, perpetrar desaparecimentos e tortura e recrutar crianças ao conflito.

O relatório referiu-se a atos cometidos por facções pró-Haftar que capturaram a cidade de Sirte e detiveram diversos civis supostamente leais ao Governo de União Nacional, reconhecido internacionalmente, além de crimes da milícia Al-Kani, na cidade de Tarhuna.

O parecer do Departamento de Estado sugere a nova posição de Washington sobre as milícias de Haftar, diante do aumento nos relatos de sequestro, tortura e assassinato, sobretudo em Benghazi, onde a situação de segurança permanece instável.

Durante a apresentação do documento, o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken reiterou: “Todas as ferramentas disponíveis à nossa diplomacia serão utilizadas para defender os direitos humanos e responsabilizar aqueles que cometem violações”.

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Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional, emitiu um comunicado prévio em 12 de março, no qual enfatizou o trabalho em curso para “fortalecer medidas de justiça contra qualquer lado que busque sabotar o caminho às eleições determinado pelos líbios”.

O principal destinatário da mensagem pareceu ser Haftar, que frustrou esforços para conduzir eleições em 10 de dezembro de 2018, conforme o Acordo de Paris, e na primavera de 2019, conforme termos negociados na conferência de Palermo pelas partes em disputa.

Haftar escolheu justamente a primavera de 2019 como momento para lançar uma ofensiva de larga escala contra Trípoli, ao invés de promover as eleições, em particular após um infame telefonema com Trump, cujo “alerta” permitiu manter ataques por catorze meses.

Como resultado, milhares de pessoas faleceram e outras milhares ficaram feridas.

A nova data das eleições presidenciais e parlamentares na Líbia é 24 de dezembro de 2021, estabelecida durante encontro entre as partes na Tunísia, em novembro último.

Blinken recentemente debateu a questão líbia via telefonema com o líder do Governo de União Nacional da Líbia, Abdul Hamid Dbeibeh.

Estados Unidos e ONU mantêm esperanças de que eleições confiáveis sejam conduzidas e que serviços públicos essenciais sejam retomados, conforme o fim do conflito, a fim de implementar um processo político inclusivo, segundo Blinken.

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