O Irã produziu 55 quilos de urânio enriquecido até 20%, indicando uma produção mais rápida do que a taxa de dez quilos por mês exigida por uma lei iraniana que criou o processo em janeiro, informou a mídia local ontem.
O Irã tem capacidade para enriquecer urânio de 40% a 60%, disse o porta-voz da Agência de Energia Atômica do Irã (AEOI) Behrouz Kamalvandi, de acordo com a Agência de Notícias Fars.
“[Na segunda-feira] começamos o enriquecimento de 20% em Fordow [instalação nuclear] depois de seis anos”, disse Kamalvandi, acrescentando: “Temos capacidade na indústria nuclear para produzir em níveis mais elevados, até 40-60%”.
Em declarações à Fars, continuou: “Atualmente, temos quatro toneladas de substância com enriquecimento de 3,5 e 4% e, de acordo com a previsão com base na ratificação do parlamento, iremos aumentar a nossa capacidade para quase 500 toneladas por mês”.
“Isso significa”, explicou ele, “seis toneladas anuais e podemos dizer que dentro de um ano teremos quase 10 toneladas de urânio igual à capacidade anterior ao Plano Conjunto de Ação Global”, em referência ao acordo nuclear que a República Islâmica assinou com potências mundiais em 2015, a fim de limitar suas capacidades nucleares em troca de sanções a serem retiradas.
Na segunda-feira, o governo iraniano anunciou que havia retomado o enriquecimento de urânio para até 20% em Fordow.
O nível de pureza – 40% menor do que o que o porta-voz da AEOI disse que a instalação é capaz – viola o acordo nuclear de 2015 assinado com seis grandes potências mundiais, incluindo os Estados Unidos.
O Irã advertiu repetidamente que não se comprometeria com as promessas feitas como parte do acordo depois que os EUA se retiraram unilateralmente e impuseram sanções “sem precedentes” a Teerã em 2018.
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