A Rússia disse hoje que quer boas relações com os Estados Unidos, mas continua pronta para “os piores cenários”, relatou a Agência Anadolu.
Apesar de todos os movimentos hostis de Washington, o presidente Vladimir Putin preferiria “construir boas relações” entre os dois países, disse o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, aos repórteres da capital Moscou.
“Em geral, apesar de todas as duras declarações e expressões hostis de Washington, o Presidente Putin continua sendo um apoiador consistente da construção de boas relações com os EUA, pelo menos nas áreas que são benéficas para nós”, disse ele.
“No desenvolvimento de nossas relações bilaterais, estamos sempre prontos para ir tão longe quanto nossos parceiros estiverem dispostos”.
Seus comentários vieram em meio a reportagens da mídia americana noticiando que a administração do Presidente Joe Biden concluiu uma revisão dos “erros da Rússia”, incluindo supostas intromissões nas eleições de 2020 e ciberataques.
Washington anunciará em breve novas sanções contra Moscou, que podem incluir, entre outras medidas, sanções pessoais e expulsão de diplomatas, de acordo com os relatórios.
Peskov enfatizou que a Rússia não representa “uma ameaça para ninguém”, incluindo os EUA, mas a imprevisibilidade das ações de Washington levou Moscou a estar pronta para os piores cenários.
“Nós nunca representamos e não estamos representando uma ameaça a ninguém, mas, claro, nós nunca deixamos ninguém, inclusive os EUA, nos ameaçar, ditar algo a nós e infringir nossos interesses”, afirmou ele.
“A hostilidade e imprevisibilidade das ações do lado americano, em geral, nos obriga a estarmos prontos para os piores cenários. Quando você tem um interlocutor bastante agressivo e imprevisível, você está sempre num estado mobilizado”.
Separadamente, o Ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov disse que a política de Washington sobre a Rússia é um “beco sem saída”.
“A linha absolutamente sem saída dos EUA em relação à Rússia não traz nenhum resultado em termos dos objetivos que foram anunciados quando as sanções foram impostas”, disse ele durante coletiva de imprensa em Nur-Sultan, a capital do Cazaquistão.
“Esta situação tem se repetido muitas vezes. Estas ações nos convencem apenas de uma coisa; que devemos confiar em nós mesmos, porque nem os EUA nem seus aliados são parceiros confiáveis”.
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