Volkan Bozkir, diplomata turco e atual presidente da Assembleia Geral da ONU, afirmou neste sábado (10) que a maior catástrofe humanitária do mundo desde a Segunda Guerra Mundial ocorre hoje na Síria, conforme informações da agência Anadolu.
Junto de oficiais das Nações Unidas, Bozkir inspecionou a chamada área de transferência da entidade internacional no distrito de Reyhanli, sul da província de Hatay, e recebeu informações adicionais de Mark Cutts, coordenador regional para a crise síria, e outros oficiais.
“Aproximadamente 2.7 milhões de pessoas deslocadas vivem em condições bastante precárias no noroeste da Síria”, alertou Bozkir. “Para além daqueles que emigraram a Turquia, Líbano e Jordânia, falo daqueles que vivem no noroeste da Síria.”
“Em torno de 3.4 milhões de pessoas estão sob risco de fome”, reiterou.
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“A Assembleia Geral das Nações Unidas abordou a questão síria em três ocasiões e tivemos a oportunidade de debater todos os seus aspectos, como assistência humanitária. Porém, quis pessoalmente ir a campo e observar nossas operações”.
Sobre o auxílio das Nações Unidas à Síria, comentou Bozkir: “Lamentavelmente, apenas um dos quatro portões está aberto e a ajuda humanitária só pode ser entregue àqueles em necessidade na Síria através deste único acesso”.
“Tenho esperanças de que o Conselho de Segurança aumente este número novamente o mais rápido possível”, exortou o diplomata turco. “Reitero meu apoio aos apelos e esforços conduzidos pela comunidade internacional nessa direção”.
Bozkir enfatizou que compartirá todas as suas observações em Hatay com os estados-membros da ONU ao retornar à sede da entidade, em Nova York.
A visita de Bozkir incluiu a travessia de fronteira de Cilvegozu e reuniões com autoridades locais e representantes do Crescente Vermelho da Turquia.
Ao lado de Feridun Sinirlioglu, embaixador turco na ONU, e Serdar Cengiz, representante da chancelaria turca em Hatay, Bozkir inspecionou também a zona neutra na região.
Em seguida, visitou o centro temporário de refugiados de Boynuyogun, no distrito de Altinozu, examinou a condução de um curso vocacional e entregou presentes a órfãos sírios na chamada “zona amistosa”, mantida pelo Crescente Vermelho da Turquia.
A Síria é assolada por uma brutal guerra civil desde o início de 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu violentamente protestos pró-democracia. Mais de 5 milhões de civis foram deslocados – a Turquia abriga 3.6 milhões de refugiados sírios, maior índice global.
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