O governo indiano da região disputada de Jammu e Caxemira rescindirá queixas registradas contra um grupo de pessoas de Bangladesh, incluindo membros da comunidade rohingya, para poder deportá-los, reportou a imprensa local neste sábado (10).
As informações são da agência Anadolu.
Não está claro quantos indivíduos implicados no grupo são refugiados rohingyas, centenas dos quais permanecem em Jammu desde 2007.
Aseem Sawhney, advogado-geral adjunto da região, informou à Anadolu que o Departamento de Assuntos Internos da gestão indiana da Caxemira concederia detalhes sobre as origens do grupo. Porém, tentativas de contactar os oficiais em questão não tiveram êxito.
Segundo reportagem da rede local Kashmir News Observer, Sawhney argumentou que indivíduos sob prisão preventiva, sobretudo estrangeiros, conforme a lei, não podem ser removidos de custódia para deportação sem autorização judicial prévia.
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Desta forma, os promotores do estado terão de retirar as queixas para possibilitar a eventual repatriação, conforme as informações.
Sawhney também alegou que os governos da Índia e de Bangladesh finalizaram as formalidades para conduzir a operação.
Em março, o governo de Jammu e Caxemira – sob gestão direta de Nova Delhi desde a remoção de seu status especial, em 2019 – transferiu cerca de 150 refugiados rohingyas a um “centro de detenção” estabelecido no distrito de Kathua.
Um policial relatou à Anadolu na ocasião que o processo de identificação de imigrantes irregulares teve início com aprovação do Ministério do Interior da Índia.
Mohammad Haneef, representante rohingya, expressou receios da comunidade sobre as medidas. Segundo Haneef, há hoje mais de 6 mil refugiados rohingyas em 39 campos de Jammu, onde grupos ultraconservadores pressionam pela expulsão da minoria étnica.