A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tem “motivos razoáveis para acreditar” que a força aérea síria lançou uma bomba de cloro em um bairro residencial na região controlada pelos rebeldes de Idlib em fevereiro de 2018, informou um relatório divulgado na segunda-feira, segundo a Reuters.
Não houve nenhum comentário imediato por parte do governo sírio. A Síria e seu aliado militar, a Rússia, negaram repetidamente o uso de armas químicas durante o conflito de décadas do Presidente Bashar al-Assad com as forças rebeldes, dizendo que tais ataques foram encenados por adversários para fazer Damasco parecer culpado.
O novo relatório elaborado pelo braço investigativo da fiscalizadora de armas químicas, OPAQ, disse que ninguém foi morto quando o cilindro de gás cloro, lançado em uma bomba de barril, atingiu o bairro de Al Talil na cidade de Saraqib em fevereiro de 2018.
Entretanto, na noite de 4 de fevereiro, uma dúzia de pessoas foram tratadas por sintomas consistentes com envenenamento químico, incluindo náuseas, irritação ocular, falta de ar, tosse e sibilos, disse ele.
O cloro não é uma toxina proibida internacionalmente, mas o uso de qualquer substância química em conflitos armados é proibido pela Convenção sobre Armas Químicas de 1997, cuja implementação é supervisionada pelo Observatório da OPAQ, sediado em Haia.
A repressão feita por Assad aos manifestantes pró-democracia, em 2011, se transformou em uma guerra civil, com a Rússia e o Irã apoiando seu governo e os Estados Unidos, a Turquia e alguns adversários árabes apoiando alguns dos muitos grupos rebeldes.
Em abril de 2020, a Equipe de Investigação e Identificação da OPAQ concluiu que aviões de guerra sírios e um helicóptero haviam lançado bombas contendo cloro e gás Sarin, que causa dano ao sistema nervoso, em uma vila na região de Hama, na Síria, em março de 2017.