Na noite desta terça-feira (13), um ônibus capotou ao tentar ultrapassar um caminhão na região de Assiut, Alto Egito, 320 km ao sul do Cairo. O acidente deixou vinte mortos e três feridos.
Ambos os veículos pegaram fogo após a colisão.
Fotos divulgadas por Essam Saad, governador de Assiut, mostram os destroços carbonizados do ônibus e equipes de resgate em busca de sobreviventes.
Cerca de 12 mil egípcios morrem todo ano em acidentes de tráfego causados por alta velocidade, estradas precárias e uma legislação condescendente. Cinto de segurança, capacetes para motociclistas e testes de álcool são pouco utilizados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve o tráfego egípcio como “caótico, com caminhões, pedestres, veículos de duas rodas, ônibus e outros automóveis compartilhando o mesmo espaço … além de infraestrutura precária, sobretudo para usuários das estradas”.
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O desastre desta terça-feira ocorreu pouco após um acidente de trem em Sohag, também no Alto Egito, que deixou vinte mortos e 185 feridos no último mês.
Os sucessivos casos letais nas rodovias e ferrovias do Egito atraíram atenção para o fracasso do general e presidente Abdel Fattah el-Sisi em impedir tais acidentes, cujos índices de fato escalaram desde 2013, quando tomou o poder via golpe de estado.
Em 2020, a Agência Central para Estatísticas e Mobilidade Pública reportou mais de 10 mil acidentes de trens no país norte-africano entre 2013 e 2019.
As ferrovias do Egito estão em ruínas e demandam reformas urgentes. Centenas de cidadãos egípcios morreram nos últimos anos em acidentes vastamente evitáveis, caso houvesse o devido investimento público na restauração das vias.
Em agosto de 2017, comentou Sisi: “Ao invés de pagar 10 bilhões de libras egípcias para desenvolver ferrovias, prefiro depositar a quantia no banco onde terei 10% de juros anualmente, a fim de aumentar o que tenho em um bilhão de libras egípcias”.
Segundo o Banco Mundial, o Egito precisa de US$10 bilhões para reformar suas ferrovias.