O Governo Regional do Curdistão (KRG) no norte do Iraque exigiu na quarta-feira que o governo federal de Bagdá indenizasse as vítimas do genocídio de Anfal que custou a vida de centenas de curdos durante o regime do falecido presidente Saddam Hussein em 1988.
O primeiro-ministro do KRG, Masrour Barzani, celebrou o 33º aniversário do massacre de Anfal e exigiu “compensação material e moral para os sobreviventes e famílias das vítimas de Anfal do governo federal iraquiano”.
Barzani expressou que embora seu governo exija indenização material e moral para as vítimas, está trabalhando para prestar os melhores serviços a elas.
O genocídio de Anfal se refere a uma campanha genocida de oito estágios realizada pelo ex-regime baathista de Saddam Hussein contra o povo curdo no Iraque na década de 1980.
LEIA: Curdistão do Iraque nega presença de base israelense na região
Há denúncias de que milhares de curdos, incluindo mulheres e crianças, principalmente das áreas rurais da região curda, tenham sido mortos, feridos ou até enterrados vivos nas áreas desérticas do sul do Iraque, enquanto milhares de outros foram forçados a acampamentos. Aldeias inteiras e fontes naturais foram destruídas, privando a população de abrigo e água.
O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Al-Kadhimi, anunciou em um comunicado que a comemoração do crime de Anfal motivou todos os governos a trabalharem duro para evitar o retorno à ditadura sob qualquer forma.
Ele acrescentou que os crimes brutais cometidos contra o povo iraquiano confirmam que a reforma democrática e a abordagem de coexistência pacífica são o caminho para um futuro mais claro para o Iraque orientado peladominado busca de paz, amor e tolerância.
Em 3 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Criminal iraquiano considerou o massacre de Anfal um “crime contra a humanidade”. Ele condenou Ali Hassan Al-Majid, o ex-ministro da Defesa do regime, de supervisionar o ataque químico que tinha como alvo a cidade de Halabja na governadoria de Sulaymaniyah.
LEIA: Governo curdo no Iraque suspende salários de 10.000 funcionários e pensionistas