O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou no sábado que o governo provisório de Jeanine Áñez tentou instalar uma junta militar para impedir a tomada de posse do presidente eleito, Luis Arce, que venceu as eleições em 2020 com 55,1% dos votos.
Evo Morales, agora chefe do partido Movimento para o Socialismo (MAS), disse em um comício do partido em Cochabamba que “a ditadura dos golpistas”, se referindo ao governo de transição, “tinha o plano de deixar o governo para uma junta militar”, duas semanas antes da tomada de posse de Arce. “Saúdo a alguns dos militares, que rebelaram-se contra o comandante chefe das Forças Armadas, General Sérgio Orellana”, disse ele.
Evo Morales também especulou que um grupo militar tentou unir-se uma semana antes da posse de Arce na Assembleia Legislativa. “Uma semana antes de 8 de novembro, tentaram novamente unir os golpistas militares para que o irmão Lucho não fosse empossado.”, disse.
“Aquele grupo especializado da Sanandita queria vir a La Paz. Porque La Paz? Certamente era para tomar posse da Assembleia Legislativa ou impedir a posse de Lucho”, especulou.
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O ex-Presidente então convocou os presentes a defender o governo de Luis Arce, conhecido como Lucho Arce. “Não podemos ficar de braços cruzados, já sabemos qual é a intenção da direita boliviana. Quando eles não ganham eleições, realizam um golpe de Estado”.
O atual presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou que os que perderam as eleições continuam a conspirar por um golpe, mas que ” a direita golpista não passará.”
“Estamos aqui mais uma vez em Cochabamba para vos dizer com absoluta clareza que a direita golpista não passará; aqueles que perderam nas urnas, aqueles que não receberam o voto popular, continuam agora a conspirar um golpe, uma desestabilização, porque não conseguem ganhar com o voto popular”, disse Arce.
Evo Morales publicou no Twitter agradecendo o sucesso do Comício em Cochabamba, para “apoiar nossa revolução democrática e cultural”. “Aos golpistas dizemos: aqui está o povo boliviano, esta é a sua força, esta é a sua unidade para defender a democracia e exigir justiça para nossos mortos, feridos e perseguidos. Estamos aqui para dizer-lhes que os traidores nunca mais voltarão”, disse Morales.
La fuerza del pueblo que expresa nuestra unidad frente a las amenazas y mentiras de la derecha boliviana y embajada de EE.UU. es @LuchoXBolivia, @LaramaDavid, ministros, asambleístas, organizaciones sociales, dirigentes del MAS-IPSP, del Pacto de Unidad y el pueblo boliviano. pic.twitter.com/L5T58aOJQl
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) April 17, 2021
“Esta grande concentração vem hoje para defender a democracia e nossa revolução democrática e cultural; para pedir justiça e para apoiar nosso irmão presidente. Nossa obrigação é apoiar Lucho Arce para que a Bolívia retorne ao caminho do crescimento econômico.”, tuitou.