Membros do Comitê Central do Fatah decidiram pressionar prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel para que reivindiquem um adiamento das eleições próximas, caso a ocupação os impeça de votar em Jerusalém, reportou ontem (19) o jornal libanês Al-Akhbar.
Segundo informações da agência de notícias Sama, fontes próximas a Marwan Barghouti, líder aprisionado do Fatah, relataram a pressão exercida sobre os palestinos detidos, para que as eleições sejam paralisadas sob pretexto de uma crise nacional.
Conforme as fontes, não obstante, diversos prisioneiros filiados ao Fatah recusaram-se a apoiar a posição da cúpula e foram então ameaçados, sobretudo após pesquisas de opinião apontarem vitória do Hamas e conquista de uma maioria legislativa, mais uma vez.
O jornal libanês também afirmou que a Autoridade Palestina (AP), sediada em Ramallah, Cisjordânia ocupada, avançou em seus esforços para persuadir estados árabes, União Europeia e Estados Unidos a aceitar uma postergação do processo eleitoral.
A liderança do partido hegemônico argumenta que não pode prosseguir com o pleito caso Israel não permita a participação dos palestinos em Jerusalém.
Segundo as mesmas fontes, Washington ainda não decidiu sobre a questão, mas o Secretário de Estado Antony Blinken previamente comprometeu-se com o Ministro de Relações Exteriores de Israel Gabi Ashkenazi a não assumir nenhuma posição prejudicial a Tel Aviv.
O site de notícias israelense Walla reportou temores entre o governo americano de que o Hamas vença de fato as eleições.
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De acordo com os relatos, o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas despachou seu chanceler Riyadh Al Maliki à Europa para demarcar Jerusalém como “linha vermelha”, sem a qual não haverá eleições, a fim de prorrogá-las sem receber a culpa.
As últimas eleições parlamentares na Palestina ocupada foram conduzidas em 25 de janeiro de 2006 e compuseram brevemente o segundo Conselho Legislativo Palestino (CLP), como representante da autoridade nacional. Na ocasião, venceu o Hamas.
Entretanto, Abbas e seu partido Fatah recusaram-se a entregar o poder ao movimento de resistência palestina e mantiveram a presidência desde então, sem qualquer eleição ou mecanismo para conceder legitimidade ao governo nacional.
Em campo, a facção de Abbas administra a Cisjordânia ocupada e o Hamas efetivamente governa a Faixa de Gaza sitiada. Recentemente, esforços foram feitos para unir os distintos grupos palestinos e avançar no processo político nacional.