As negociações entre o Irã, os EUA e quatro potências mundiais com o objetivo de restaurar o acordo nuclear de 2015 serão realizadas novamente na próxima semana, disseram autoridades em Viena na terça-feira, segundo a Agência Anadolu.
“Progresso feito nas últimas duas semanas. Mas é necessário muito mais trabalho duro”, tuitou Enrique Mora, vice-secretário-geral do Serviço Europeu de Ação Externa. “O terceiro grupo de especialistas foi criado para tratar de questões de sequenciamento”, acrescentou ele, reiterando que “a diplomacia é o único caminho a seguir para o Plano de Ação Conjunta Abrangente (JCPOA, na sigla usual em inglês) enfrentar os desafios em curso”.
O JCPOA refere-se ao acordo nuclear de 2015 selado em Viena entre cinco potências mundiais (EUA, Reino Unido, Rússia, China e França) mais Alemanha e Irã.
Os seis países continuam discutindo formas na capital austríaca de reviver o negócio, que o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou unilateralmente em maio de 2018.
A delegação dos EUA não participa do encontro com as outras potências mundiais, já que Teerã se recusa a negociar diretamente com Washington até que as sanções sejam suspensas.
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Mikhail Ulyanov, embaixador russo na Agência Internacional de Energia Atômica, também destacou o “progresso” nas negociações.
“Em vista do progresso feito nas negociações de Viena até agora, a Comissão Conjunta do JCPOA decidiu estabelecer o terceiro grupo de trabalho para lidar com o possível sequenciamento de medidas práticas que levem à restauração total do acordo nuclear iraniano”, ele tuitou.
Apesar do mais recente desenvolvimento positivo, o chefe da equipe de negociação iraniana alertou contra o que chamou de “demandas maximalistas” dos EUA.
O vice-ministro do Exterior iraniano, Abbas Araghchi, disse em um tweet que, embora as negociações estejam “avançando”, seu país estaria preparado para abandonar as negociações se elas fossem na direção de “demandas maximalistas dos EUA, matança de tempo ou barganha irracional”.
Sob o acordo, Teerã se comprometeu a limitar sua atividade nuclear para fins civis e, em troca, as potências ocidentais concordariam em retirar as sanções econômicas ao Irã.
Mas em 2018, o governo Trump retirou-se do acordo como parte de sua política de “pressão máxima” e voltou a impor sanções duras ao Irã, levando Teerã a parar de cumprir o acordo.
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