Khaliel al-Hayya, vice-líder do gabinete político do movimento Hamas, alertou ontem (22) contra a possibilidade de postergar as eleições legislativas palestinas marcadas para 22 de maio, ao argumentar que levaria a população ao desconhecido.
Al-Hayya encabeça a lista de candidatos do movimento.
“O adiamento deverá criar uma enorme frustração entre as massas e a juventude … complicar a situação e perpetuar a divisão”, advertiu o político palestino.
Em janeiro, o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas anunciou a realização de eleições legislativas em maio, seguidas por um pleito presidencial em julho.
Nesta semana, uma pesquisa do Centro de Mídia e Comunicação de Jerusalém revelou que 79% dos palestinos consideram importante prosseguir com as eleições.
Na terça-feira (20), Nabil Shaath, assessor sênior de Abbas, descreveu o processo eleitoral palestino como “muito provável” de ser adiado, caso Israel não permita que os palestinos residentes de Jerusalém Oriental ocupada exerçam seu direito ao voto.
Shaath afirmou ao jornal Al-Nahar que, caso Israel continue a ignorar o pedido da Autoridade Palestina para conduzir eleições em Jerusalém Oriental, “o processo será adiado”.
Israel executou sistematicamente uma campanha de prisão contra indivíduos que participaram de atividades eleitorais em Jerusalém ocupada.
Analistas acreditam que as forças da ocupação não permitirão a condução do voto na área, dado que Israel reivindica de modo ilegal toda Jerusalém como sua capital e criminaliza reiteradamente todas as atividades da Autoridade Palestina na cidade.
Contudo, muitos argumentam ainda que a Autoridade Palestina usa a posição israelense como pretexto, pois recentes pesquisas de opinião demonstram nova vitória do Hamas, deixando Abbas, também líder do partido Fatah, em situação difícil.
Abbas recusou-se a deixar o cargo após as últimas eleições palestinas em 2006, quando o Hamas saiu vitorioso. A medida causou rupturas entre os próprios palestinos. O Fatah manteve sua sede na Cisjordânia ocupada e o Hamas passou a governar Gaza sitiada.
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