O status de Israel como um estado de apartheid provavelmente será cimentado ainda mais com um novo relatório da Human Rights Watch (HRW) concluindo que o estado de ocupação cruzou o limiar para ser classificado como tal. O relatório ‘Um limiar cruzado: as autoridades israelenses e os crimes do apartheid e da perseguição’ devem ser lançados amanhã.
O documento é de autoria de Omar Shakir, o diretor da HRW em Jerusalém que foi expulso por Israel há dois anos. Embora detalhes precisos ainda sejam desconhecidos, grupos pró-Israel já começaram uma campanha contra a HRW no que parece ser uma tentativa de limitar os danos ao tentar desacreditar a organização.
O polêmico grupo de lobby pró-Israel, ONG Monitor, argumentou que o relatório é apenas parte de um ataque muito mais amplo a Israel e sua auto-declarada identidade como Estado judeu. “O texto da HRW é parte de uma iniciativa renovada de ONGs nos últimos 18 meses, anexando o termo ‘apartheid’ ao discurso sobre Israel … A rede de ONGs busca reforçar narrativas políticas, em contraste com a apresentação factual e análise jurídica confiáveis.”
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A ONG Monitor também tentou descartar a HRW como uma organização racista, citando exemplos listados na definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA). Os críticos insistem que a própria definição do IHRA foi transformada em arma por lobistas pró-Israel para suprimir as críticas ao estado sionista.
Em janeiro, o proeminente grupo israelense de direitos humanos B’Tselem também classificou Israel como um estado de “apartheid” que “promove e perpetua a supremacia judaica entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão”. Isso ecoou a conclusão de um relatório da ONU de 2017, que foi arquivado devido à pressão dos EUA e de Israel.