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Irã condena cidadã anglo-iraniana a mais um ano de cadeia

A cidadã anglo-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi condenada a uma pena adicional de um ano de prisão no Irã e proibida de deixar o país após a sentença, reportou seu advogado à imprensa local

A cidadã anglo-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi condenada a uma pena adicional de um ano de prisão no Irã e proibida de deixar o país após a sentença, reportou seu advogado à imprensa local, segundo informações da agência Anadolu.

“Nazanin Zaghari foi sentenciada a um ano de prisão, além de um ano proibida de deixar o país, sob acusações de propaganda contra a república islâmica”, declarou Hojjat Kermani ao site de notícias Emtedad. O advogado anunciou ainda que entrará com recurso.

Zaghari-Ratcliffe, de 42 anos, foi acusada de participar de um protesto em frente à embaixada iraniana de Londres, em 2009, e conceder entrevista a um jornalista da rede BBC Persia.

Naquele ano, o Irã vivenciou seus maiores protestos antigoverno em mais de uma década, após uma disputada eleição presidencial.

O caso de Zaghari-Ratcliffe ganhou foco substancial na imprensa britânica.

O Primeiro-Ministro do Reino Unido Boris Johnson comentou: “Temos de estudar os detalhes daquilo que as autoridades iranianas dizem. Contudo, não penso ser certo que Nazanin seja condenada a qualquer pena adicional na cadeia”.

“Penso que é errado ela estar lá, em primeiro lugar, e trabalharemos muito duro para garantir sua soltura e seu retorno à sua família, aqui no Reino Unido, assim como trabalhamos com todos os casos binacionais nas cortes iranianas”, prosseguiu.

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Johnson prometeu ainda que seu governo não descansará, mas sim “redobrará” seus esforços para libertar Zaghari-Ratcliffe e alegou que Londres trabalha junto de autoridades dos Estados Unidos para solucionar essa questão.

O Secretário de Relações Exteriores Dominic Raab tuitou: “Trata-se de uma decisão totalmente desumana e injustificável. Manteremos nossos apelos para que o Irã a liberte de imediato, a fim de devolvê-la à sua família. Continuaremos a fazer todo o possível para apoiá-la”.

Tulip Siddiq, parlamentar britânica e representante do distrito eleitoral de Zaghari-Ratcliffe, descreveu a decisão como “golpe terrível” à prisioneira e sua família. “É devastador ver Nazanin outra vez sendo usada como moeda de troca”, reiterou.

“Disseram-nos que o governo trabalha nos bastidores para assegurar a libertação de Nazanin, mas tais esforços claramente fracassaram e demandam uma explicação urgente dos ministros sobre o que aconteceu”, reivindicou a legisladora trabalhista.

Zaghari-Ratcliffe foi presa em abril de 2016 no Aeroporto Internacional Imam Khomeini, na cidade de Teerã, junto de sua filha Gabriella. O objetivo da viagem era apresentar sua caçula à família. Posteriormente, Gabriella retornou ao Reino Unido.

Em setembro de 2016, Zaghari-Ratcliffe foi condenada a cinco anos de prisão por conspirar para derrubar o governo, acusação negada reiteradamente. Entretanto, cumpriu a pena, incluindo meses em confinamento solitário.

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Após a pandemia, que atingiu duramente o Irã, Zaghari-Ratcliffe foi incluída em uma vasta libertação de presos e transferida à prisão domiciliar. Devido a uma tornozeleira eletrônica, seu raio de movimento foi restrito a 300 metros da casa de seus pais, em Teerã.

Em março, Zaghari-Ratcliffe foi enfim liberada de sua pena domiciliar, antes de ser condenada a um ano adicional em custódia.

A nova sentença não é concomitante à proibição de viagens, o que significa que a cidadã binacional não poderá retornar ao Reino Unido pelos próximos dois anos.

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