O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deve anunciar o cancelamento das eleições palestinas sob o pretexto da recusa de Israel em permitir que os habitantes de Jerusalém votem, informaram várias fontes locais e israelenses. Abbas também é o chefe da Organização para a Libertação da Palestina, bem como do movimento Fatah.
A Rádio do Exército de Israel disse que a AP havia informado representantes da comunidade internacional, Jordânia e Egito sobre a decisão. Acredita-se que a liderança palestina se reunirá em Ramallah na quinta-feira. De acordo com funcionários da AP, o Hamas e a Jihad Islâmica foram convidados a participar da reunião em que Abbas fará o anúncio do cancelamento.
Abbas e vários funcionários do Fatah insistiram repetidamente que não haveria eleições sem a participação dos palestinos na Jerusalém ocupada. A última ocasião foi na segunda-feira, quando Abbas se dirigiu ao Comitê Central do Fatah.
No entanto, o jornal Al-Quds apontou que fontes bem-informadas disseram que a AP decidiu cancelar as eleições “sob forte pressão americana e árabe”. Washington e os países regionais aparentemente “acreditam que os resultados das eleições não favorecerão o Fatah”.
A implicação é que os Estados Unidos e os estados regionais temem outra vitória do Hamas nas urnas. Mais uma vez, ao que parece, ao povo da Palestina ocupada será negado seu direito democrático de escolher seus representantes políticos de forma livre e justa.
As mesmas fontes acrescentaram que os EUA informaram à AP que introduziriam várias medidas antes de quaisquer eleições, incluindo a retomada da ajuda à UNRWA, reabilitando o sistema de saúde palestino, reabrindo o Consulado dos EUA na Jerusalém ocupada e reabrindo o escritório da OLP em Washington.
“O governo dos Estados Unidos acredita que essas medidas ajudarão os palestinos a obterem melhores resultados nas eleições”, afirmou. Os críticos dizem que esses são os edulcorantes para encorajar Abbas a cancelar as eleições.
Fontes israelenses relatadas pela agência de notícias Safa disseram que Abbas contratou um membro sênior do Comitê Central da Fatah, Hussein Al-Sheikh, para persuadir o Catar a pedir o acordo do Hamas sobre o cancelamento das eleições sob o pretexto de condições “inadequadas” na região.
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