Reino Unido expressa apoio a resolução ‘justa e duradoura’ à questão cipriota

Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab, após reunião semanal do gabinete britânico, em Londres, 27 de abril de 2021 [Kitwood/Getty Images]

O Reino Unido expressou seu apoio a uma “resolução abrangente, justa e duradoura à questão cipriota”, conforme comunicado do governo britânico logo antes de conversas não-oficiais lançadas nesta terça-feira (27), em Genebra, Suíça.

“Trata-se de uma oportunidade para retomar negociações e alcançar uma solução justa e duradoura à questão do Chipre”, declarou o Secretário de Relações Exteriores Dominic Raab. “Temos esperanças de que todas as partes tragam criatividade e flexibilidade”.

“O Reino Unido é forte apoiador de uma resolução abrangente, justa e duradoura à questão cipriota, central à solução de tensões mais amplas na região”, prosseguiu.

Segundo a agência Anadolu, a conferência não-oficial promovida pela ONU conta com a presença do Secretário Geral António Guterres, além de líderes greco e turco-cipriotas e chanceleres dos três países avalistas — Turquia, Grécia e Reino Unido.

Espera-se que Ancara traga um modelo de resolução em Genebra, segundo o qual ambos os estados de fato estabelecidos na ilha — greco-cipriota no sul e turco-cipriota no norte — deverão cooperar com base em um conceito de equidade de soberania.

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Nenhum detalhe sobre os resultados do primeiro dia de conversas foi revelado, até então.

O Chipre é assolado por décadas de disputa entre greco e turco-cipriotas, apesar de uma série de esforços diplomáticos das Nações Unidas para alcançar uma solução abrangente.

A ilha mediterrânea é dividida desde 1964, quando ataques de caráter étnico forçaram a população turco-cipriota a isolar-se em enclaves no pequeno território.

Em 1974, uma tentativa de golpe de estado greco-cipriota, com o objetivo de anexar o país à Grécia, levou a uma intervenção militar da Turquia. Em 1983, foi fundada a República Turca do Chipre do Norte, estabelecida como estado de fato não reconhecido internacionalmente.

A gestão greco-cipriota, com apoio de Atenas, tornou-se membro da União Europeia em 2004, apesar da maioria da sua população rejeitar um plano de paz da ONU naquele mesmo ano, via referendo, que propunha a filiação do país unificado ao bloco europeu.

A presente rodada de diálogo deve ser concluída nesta quinta-feira, 29 de abril.

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