Mais de 130 organizações mexicanas assinaram a uma carta pedindo que a empresa mexicana CEMEX reconsidere sua participação na colonização, ocupação e discriminação institucionalizada contra o povo palestino. A campanha do movimento de boicote, desinvestimento e sanções (BDS), #StopCEMEX, faz um chamado urgente para que a empresa mexicana retire suas fábricas dos territórios ocupados por Israel na Palestina e nas Colinas de Golã.
A campanha foi reativada no dia em que a multinacional anunciou um aumento de mais de quinze vezes no lucro do primeiro trimestre, superando as expectativas dos analistas e elevando o preço de suas ações. O primeiro chamado internacional contra a presença da cimenteira mexicana nos territórios palestinos ocupados foi lançado em 2017 e foi a primeira campanha do movimento BDS originada na América Latina.
A gigante mexicana é considerada cúmplice do regime de apartheid israelense porque o cimento produzido pela empresa, através da sua subsidiária israelense Readymix Industries, é utilizado na construção de assentamentos ilegais na Cisjordânia, postos de controle (checkpoints) e em partes do muro do apartheid, que divide a Palestina e foi declarado ilegal em 2004 pelo Tribunal Internacional de Justiça.
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A carta afirma que diante do aumento da ocupação ilegal de grande parte da Cisjordânia, “acabar com a cumplicidade da CEMEX com as medidas de anexação de fato – incluindo a colonização através de assentamentos e do Muro – é mais urgente do que nunca”. Afirmam que o comércio entre Israel e a empresa, torna a mexicana cúmplice dos “crimes cometidos contra o povo palestino, pois permite que as políticas israelenses de ocupação, apartheid e colonização continuem mesmo contra as resoluções das Nações Unidas, o veredicto do Tribunal Internacional de Justiça e a política externa do México”.
Eles pedem que a empresa reconsidere sua relação com a ocupação israelense e lembram que campanhas anteriores impulsionadas pelo movimento BDS já fizeram com que grandes corporações como “Orange e Veolia deixassem de ser cúmplices das violações de Israel, e gigantes como o G4S começassem a sair do mercado israelense”.
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