O Ministro de Relações Exteriores da Turquia Mevlut Cavusoglu reafirmou ontem (28) que seu governo apoia absolutamente uma solução de dois estados para encerrar as disputas regionais em torno da ilha do Chipre, no Mediterrâneo Oriental.
“Apoiamos plenamente a visão dos turco-cipriotas, embasada em igual soberania”, escreveu o chanceler no Twitter, ao comentar sobre a cúpula informal realizada em Genebra sob coordenação da ONU, entre 27 e 29 de abril, a fim de solucionar a questão cipriota.
Cavusoglu alegou que as delegações participantes concluíram que as dificuldades presentes impossibilitam efetivamente uma solução federativa à ilha.
Kıbrıs Türkünün haklarını, egemen eşitliğini ve milli davamızı savunmak için #Cenevre’deyiz.🇹🇷
In #Geneva to defend the rights of the Turkish Cypriots, their sovereign equality and our national cause.🇹🇷 pic.twitter.com/M0F8lPNhOn
— Mevlüt Çavuşoğlu (@MevlutCavusoglu) April 27, 2021
O grupo conhecido como 5+1, que reuniu-se na ocasião, consiste de três países avalistas — Grécia, Turquia e Reino Unido —, os governos turco e greco-cipriota, que dividem o pequeno território mediterrâneo, e a Organização das Nações Unidas.
Desde o colapso de conversas de reunificação promovidas pela ONU, em julho de 2017, também na Suíça, nenhuma outra negociação formal foi implementada, até então.
O Chipre é assolado por décadas de disputa entre greco e turco-cipriotas, apesar de uma série de esforços diplomáticos das Nações Unidas para alcançar uma solução abrangente.
A ilha mediterrânea é dividida desde 1964, quando ataques de caráter étnico forçaram a população turco-cipriota a isolar-se em enclaves no pequeno território.
Em 1974, uma tentativa de golpe de estado greco-cipriota, com o objetivo de anexar o país à Grécia, levou a uma intervenção militar da Turquia. Em 1983, foi fundada a República Turca do Chipre do Norte, estabelecida como estado de fato não reconhecido internacionalmente.
A gestão greco-cipriota, com apoio de Atenas, tornou-se membro da União Europeia em 2004, apesar da maioria da sua população rejeitar um plano de paz da ONU naquele mesmo ano, via referendo, que propunha a filiação do país unificado ao bloco europeu.
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