A Ariel University israelense está concedendo crédito acadêmico a estudantes voluntários em postos avançados ilegais construídos em terras palestinas usurpadas, revelou o jornal israelense Haaretz na semana passada.
A universidade, que está sendo construída no assentamento israelense de Ariel, está oferecendo crédito acadêmico por meio de um programa conjunto com o grupo de assentamentos Hashomer Yosh (Guardiões da Cisjordânia).
De acordo com o Haaretz, o programa inclui oportunidades em 28 fazendas não autorizadas localizadas dentro de postos de assentamentos ilegais.
Os assentamentos são complexos residenciais para colonos israelenses construídos em territórios palestinos ocupados licenciados pelo governo israelense, enquanto os postos avançados são pequenos complexos não licenciados pelo governo israelense.
Muitos dos postos avançados, onde a universidade está concedendo crédito para seus alunos, incluem locais que foram cenas de violência, relatou o Haaretz.
Foi revelado que o procurador-geral do governo e o Conselho Israelense de Ensino Superior estão investigando queixas a esse respeito, pressionando a universidade a negar seu envolvimento nesse programa.
No entanto, um porta-voz da universidade confirmou que os alunos têm a oportunidade de trabalhar como voluntários em três fazendas que foram construídas legalmente em terras do Estado.
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Um pesquisador israelense especializado em assentamentos, relatado pelo Haaretz, disse que os três assentamentos mencionados pela universidade também foram construídos sem licenças legais.
Promovendo esse programa, a universidade escreveu em seu site que o objetivo do voluntariado nesses postos avançados é: “Conectar os alunos com a missão sionista e nacional da agricultura”.
Hashomer Yosh postou um vídeo do diretor da universidade afirmando: “Essa organização trabalha contra aqueles que buscam minar o direito da nação de Israel de se estabelecer no país e desenvolver a agricultura”, pedindo apoio para a organização.
É importante notar que essa universidade foi construída em violação às diretrizes de ensino superior de Israel e foi boicotada por centenas de acadêmicos em Israel, nos Estados Unidos e em muitos países em todo o mundo.