Hoje, 4 de maio, começa a primeira exposição virtual de artistas plásticos, chargistas e grafiteiros do Brasil, com obras projetadas em paredes cegas de alguns edifícios da cidade de São Paulo. “A noite do Brasil” terá como tema comentários críticos sobre o atual momento brasileiro; a mostra se inicia na data que marca um ano da morte do letrista Aldir Blanc e terá como homenageado especial o sociólogo Helbert José de Souza, conhecido como Betinho.
A abertura será projetada em pontos de grande visibilidade da cidade, como Vale do Anhangabaú e Consolação; e terá os artistas plásticos Elifas Andreato e Enio Squeff, do escultor Israel Kislansky, os chargistas Aroeira, Laerte, Cau Gomez, Brum, Carol Cospe Fogo, Gilmar e o grafiteiro Bonga. Segundo os organizadores, as mostras virtuais terão, no máximo, uma hora de duração.
“A Noite do Brasil”, nome que alude ao samba “O Bêbado e a Equilibrista”, de Aldir Blanc e João Bosco, é resultado da associação do grupo “Projetemos” com vários artistas. A ideia surgiu em uma conversa entre Elifas Andreato, Enio Squeff, Crau da Ilha e Aroeira, a partir do princípio de que, se o povo não pode ir aos salões de arte, as manifestações de arte irão ao povo. A proposta é inaugurar um movimento e uma espécie de procedimento estético que tenha continuidade, consolide uma relação longa entre artistas e projecionistas e resulte em novos desdobramentos.
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Os próximos artistas e projecionistas que quiserem participar da mostra ainda podem inscrever suas obras para as próximas exibições, artistas de todas as cidades brasileiras e de outros países podem participar. Os trabalhos passarão por uma nova curadoria que irá definir a próxima data de exibição; para o grupo “Projetemos”, as projeções poderão acontecer quinzenalmente.
Charge com referência a música “O bêbado e a equilibrista”, de Aldir Blanc e João Bosco [Larte/Divulgação]