Soldados israelenses abduziram Emad Fathallah Sous, após invadir e saquear sua casa na aldeia de Aqraba, a sudeste da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, além de conduzir medidas coercitivas na mesquita local, reportou nesta terça-feira (4) o Centro de Mídia Internacional para o Oriente Médio (IMEMC).
Aqraba permanece sob rigoroso cerco militar de Israel, em meio a constantes invasões e violentas operações de busca.
O exército israelense invadiu a residência de Qassem Fawzi Abu Minya, no centro de Aqraba, aproximadamente às três da madrugada, e transformou o local em uma base de interrogatório, onde oficiais de alto escalão questionaram dezenas de palestinos nativos.
O ativista de direitos humanos Yousef Deeriyya relatou que soldados conduziram diversos palestinos à casa, incluindo mulheres e crianças, e ainda recusam-se a libertá-los.
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Deeriyya reiterou que o cerco militar contra Aqraba é extremamente rigoroso. Israel isolou diversos bairros e instalou bloqueios nas estradas e comunidades vizinhas, sobretudo Awarta, Osarin e Odala, a fim de executar sua agressiva campanha de busca e apreensão.
O exército da ocupação alega que um palestino acusado de ferir três colonos ilegais israelenses em uma troca de tiros na noite de domingo (2) fugiu a Aqraba, onde escondeu-se ou recebeu ajuda para refugiar-se em Awarta, Osarin ou Odala.
Segundo as forças armadas de Israel, um carro incendiado, encontrado por soldados, foi utilizado pelo suspeito palestino no tiroteio de domingo.
Nesta terça-feira (4), o exército israelense continuou a invadir casas e lojas em Aqraba, forçou residentes e nativos a deixarem seus lares e interrogou civis à força, em meio às operações.
Na madrugada, soldados executaram invasões em escala massiva, tanto em Aqraba quanto em Turmus Ayya, ao norte de Ramallah, na região central da Cisjordânia ocupada. Durante as operações, a ocupação abduziu um jovem palestino, identificado como Ahmad as-Sahel.
Fontes de imprensa reportaram que dezenas de jipes militares e unidades à paisana invadiram Aqraba antes de soldados e tratores instalarem trincheiras e barricadas em todos os acessos da aldeia. Cães também foram utilizados nas principais estradas e bairros da região.
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Além disso, forças da ocupação israelense detiveram dezenas de palestinos a caminho da primeira oração da manhã, na mesquita local, a fim de interrogá-los e inspecionar seus documentos. Dezenas de casas foram invadidas, danificadas e saqueadas.
Drones e um balão de vigilância sobrevoaram Aqraba e a aldeia vizinha de Qusra e sinalizadores foram disparados durante as buscas.
Na noite de segunda-feira (3), soldados da ocupação detiveram George Hamza Bani Jaber, quando voltava do trabalho para sua casa, no bairro de Ras al-Ein, em Aqraba.
Colonos ilegais israelenses também atacaram diversas casas e lojas palestinas, resultando em danos graves, sobretudo em portas, janelas e veículos, além da destruição de dezenas de árvores de plantio na aldeia de Qusra, ao sul de Nablus.
Abdul-Athim Wadi, chefe do Comitê Popular de Resistência em Qusra, relatou que soldados também invadiram sua fazenda, arrancaram árvores e destruíram câmeras de segurança.
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