Uso de redes sociais aumentou na pandemia entre árabes

Uso de redes sociais aumentou na pandemia entre árabes [Peter Macdiarmid/Getty Images]

O uso das mídias sociais em países do Oriente Médio e África durante a pandemia foi o tema de um estudo desenvolvido pelos pesquisadores Damian Radcliffe e Hadil Abuhmaid, em parceria com a New Media Academy in Dubai. Radcliffe apontou as principais descobertas da pesquisa, publicada em março deste ano.

O estudo “Como o Oriente Médio usou as Mídias Sociais em 2020” aponta, por exemplo, que 57% das pessoas na região relataram que estavam gastando ainda mais tempo nas redes sociais em função da pandemia. Em outra análise, 71% dos entrevistados no Oriente Médio relataram que o uso do WhatsApp e de outros aplicativos de mensagens aumentou desde o início da pandemia. Outros 75% dos internautas contaram que seu consumo de mídias sociais como Facebook, Instagram, Twitter e TikTok também cresceu durante o distanciamento social.

A pesquisa apontou que os usuários na região gastam mais de três horas e meia por dia em redes sociais. O tempo que cada pessoa passa na internet se divide entre diferentes plataformas. Na região analisada os internautas têm uma média de 8,4 contas de mídia social. Nos Emirados Árabes Unidos o número cresce para 10,5 perfis, o que lhe daria o título de país com o maior número de contas de mídia social por pessoa no mundo.

Veteranas x novas redes

Apesar da região do Golfo, onde há maior renda, ver o avanço de redes sociais mais novas e que usam tecnologias mais recentes, as mídias sociais mais antigas, como Facebook e Twitter, continuam relevantes, especialmente no Norte da África. Países como Marrocos, Argélia e Egito estão entre os dez principais mercados onde o Facebook está crescendo mais rápido. Já a Arábia Saudita e Egito estão nos top 20 mercados para o Twitter.

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O Egito, país mais populoso da região, é o 9º maior mercado para o Facebook do mundo. Já a Líbia, Emirados e Catar estão no topo entre os países com os maiores níveis de alcance da plataforma de Mark Zuckerberg em relação à população.

Compras e notícias

A análise também traça as tendências de longo prazo na área. Uma das observações foi como a rede social mudou o comportamento de consumidores e da própria mídia. Entre os árabes com idades entre 18 e 24 anos, por exemplo, mais de 79% disseram que recebem suas notícias nas redes sociais.

Na hora de fazer compras online, mais uma vez as redes sociais também têm sido utilizadas como buscadores. Os usuários no Marrocos (60%), Egito (60%), Arábia Saudita (59%), e Emirados (49%) seriam mais propensos a usar a mídia social como parte de suas pesquisas de marcas do que a média global. Para os pesquisadores, o aumento foi impulsionado pela pandemia, mas deve se manter crescendo daqui por diante.

Conteúdo visual

Outra descoberta do estudo é a busca por conteúdos visuais, como no app Snapchat. A Arábia Saudita, Iraque e Egito estão entre os 15 maiores mercados nacionais para a plataforma. Já os principais influenciadores do Golfo em outro app mais recente, o TikTok, aumentaram seus seguidores em uma média de 65% entre fevereiro e agosto de 2020, com o envolvimento do usuário mais alto no Bahrein, Omã e Arábia Saudita. No Egito, o sucesso é do Youtube, onde 70% dos usuários assistem a vídeos diariamente.

Informação online

Durante a pandemia, países da região adotaram medidas para aliar as redes sociais à disseminação de informação sobre a covid-19. O estudo mostra que no Sudão entidades como as Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) criaram alertas de WhatsApp sobre a pandemia em árabe e inglês para fornecer dados aos cidadãos. Projetos parecidos foram feitos na Palestina, Iraque, no Líbano. A pesquisa completa está disponível em inglês e árabe no site da New Media Academy.

Publicado originalmente em Anba

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