As forças de ocupação israelenses detiveram ontem um dos guardas da Mesquita Al-Aqsa e estenderam a proibição do Sheikh Najeh Bakirat de entrar no local sagrado muçulmano, informou o Centro de Informação Palestina. A ocupação intensifica a obstrução da mesquita ao mesmo tempo em que colonos judeus extremistas programam uma invasão e ataque no dia 10 de maio, com o objetivo de “tomar o Monte do Templo dos árabes”.
Os policiais israelenses prenderam o guarda Bader Al-Rajbi, da área de Bab Alsilsila, na cidade velha de Jerusalém, e o levaram para um centro de detenção na cidade santa.
A polícia de ocupação israelense também renovou a ordem de prorrogação da proibição imposta ao Sheikh Bakirat, vice-diretor do Awqaf Islâmico em Jerusalém e chefe da Academia Al-Aqsa de Ciência e Patrimônio. De acordo com a ordem, o Sheikh Bakirat está proibido de entrar na Mesquita Al-Aqsa e na Cidade Velha por mais seis meses.
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Um magistrado israelense em Jerusalém ordenou ontem a libertação condicional de um palestino Mohamed Al-Aqaba, proibindo-o de entrar em Jerusalém por um mês. Ele havia sido preso junto com outros cinco na segunda-feira por causa de sua participação em uma atividade organizada na cidade santa em solidariedade às famílias de Sheikh Jarrah, que estão enfrentando um plano israelense para expulsá-los de suas casas.
Ataques programados
As autoridades israelenses de ocupação escalaram suas medidas arbitrárias contra autoridades e funcionários da Al-Aqsa e da Awqaf como parte dos esforços para obstruir seu papel na defesa da mesquita e na administração de seus assuntos. Tais medidas também são vistas como parte dos preparativos israelenses para assegurar a área para profanação em massa organizada por colonos judeus extremistas.
Segundo o jornal Al-Ghad, organizações de colonos israelenses intensificaram um chamado incitando uma invasão massiva na Mesquita de Al-Aqsa no dia 10 de maio de 2021, o 28º dia de Ramadã, em uma chamada pela “unificação de Jerusalém”.
A data marca o feriado israelense Yom Yerushalayim, “Dia de Jerusalém”, dia em que Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, de acordo com o calendário judaico, e consideram como a “reunificação” do local, em uma anexação não reconhecida pela comunidade internacional.
Os grupos extremistas, chamados de “Organizações de Templos”, pedem em sites e na mídia que os colonos violem a mesquita cantando o hino sionista “Hatikva”, em um dia que acreditam que será “divisor de águas”. O representante da organização, Asaf Farid, enfatizou que a mesquita de Al-Aqsa deve ser atacada entre as sete e as onze da manhã de segunda-feira, 10 de maio.
“Espalhe os convites em todos os lugares, nas sinagogas e escolas religiosas, conte aos seus familiares e colegas de trabalho. Espalhe e peça que a tempestade seja aos milhares, até tomarmos de volta o Monte do Templo dos árabes, e reafirmarmos que o Monte do Templo está em nossas mãos”, diz Farid no chamado.
“Os árabes conquistaram sua vitória na Porta de Damasco, mas na realidade eles não venceram. Netanyahu recuou diante deles, mas se nós nos reunirmos aos milhares no Monte do Templo, no dia de Jerusalém, eles não serão capazes de vencer novamente”, acrescentou se referindo a quando jovens palestinos de Jerusalém obrigaram a ocupação a remover as barreiras da Porta de Damasco, há poucos dias.
Ativistas palestinos recorreram à mídia para impedir os ataques convocados pelos colonos e pediram apoio. A Fundação Al-Quds também pediu que todos se mobilizem para estar preparados para repelir a invasão.
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