Famílias palestinas que enfrentam a expulsão à força do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, rejeitaram ontem (6) a “proposta” da Suprema Corte de Israel para alcançar um acordo com colonos ilegais sobre a propriedade de suas casas.
No domingo (2), o judiciário israelense deu às famílias até quinta-feira para aceitar um acordo com a ocupação, segundo o qual teriam de pagar aluguel aos colonos ilegais por suas próprias casas, até que a posse fosse transferida aos colonos e não aos herdeiros por direito.
Sami Irsheid, advogado das famílias de Sheikh Jarrah, anunciou ter informado à corte que nenhum acordo foi alcançado sobre a suposta reivindicação de posse da ocupação, de modo que os residentes palestinos ainda aguardam uma decisão da justiça.
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O advogado reiterou que as famílias submeteram um novo pedido de recurso a fim de obter mais informações para confirmar a propriedade de terras e casas em Sheikh Jarrah.
A União Europeia exortou Israel a cancelar sua decisão de construir novas unidades de assentamentos ilegais nos territórios palestinos e alertou o regime sionista das consequências de deslocar à força os nativos e residentes palestinos de Jerusalém ocupada.
Em 2020, a Corte Distrital de Israel em Jerusalém decidiu despejar doze famílias palestinas de suas casas em Sheikh Jarrah para substituí-las por colonos sionistas.
Aref Hammad, porta-voz das famílias de Sheikh Jarrah, destacou que as famílias entraram com recurso na Suprema Corte, onde três juízes supostamente deverão analisar o caso, apesar de apenas uma indicação à mesa decisora ser anunciada até então.
“A juíza sugeriu negociarmos com os colonos, mas não propôs alternativa”, enfatizou Hammad.
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