Ao menos 100 pessoas ficaram feridas neste domingo (9) durante violenta intervenção da polícia israelense contra palestinos em Jerusalém ocupada, com uso de balas de borracha e bombas de efeito moral, logo após a primeira oração da manhã no complexo de Al-Aqsa.
As informações são da agência Anadolu.
Após realizar suas preces, centenas de pessoas se reuniram entre a Mesquita de al-Qiblatain e o Domo da Rocha, dentro do complexo, e exibiram bandeiras nacionais palestinas e símbolos de resistência em protesto contra a ocupação de Israel.
Os manifestantes entoaram palavras de ordem como “Somos todos Sheikh Jarrah” e então marcharam aos portões da Cidade Velha de Jerusalém.
Segundo um fotógrafo da Anadolu, presente na ocasião, a polícia israelense esperou os palestinos nos portões do Leão e Bab Hutta e então disparou balas de borracha e bombas de efeito moral contra a congregação que deixava o complexo islâmico.
Jovens palestinos responderam com pedras e garrafas.
Em comunicado, o Crescente Vermelho da Palestina ocupada reportou que ao menos dez palestinos foram feridos por balas de borracha durante a repressão israelense, cinco dos quais atingidos na cabeça, quatro nos pés e um na mão.
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A polícia da ocupação ainda atrasou a transferência dos feridos ao hospital ao impedir qualquer entrada e saída do Portão do Leão, observou a entidade internacional.
Uma bala de borracha atingiu a boca de um dos feridos, resultando em danos graves na sua mandíbula, detalhou o Crescente Vermelho.
Israel deteve alguns jovens palestinos e, sob métodos violentos, dispersou a manifestação pacífica após cerca de meia hora.
Nos últimos dias, palestinos em Jerusalém tomaram às ruas para protestar em solidariedade com os residentes do bairro de Sheikh Jarrah, sob ordem de despejo do judiciário da ocupação, para substituí-los por colonos ilegais, em meio à forte repressão policial.
No início do ano, a Corte Central de Israel em Jerusalém Oriental deferiu arbitrariamente uma ordem de despejo contra sete famílias palestinas, em favor de colonos ilegais.
Na noite de sexta-feira (7), a polícia da ocupação invadiu o complexo de Al-Aqsa e tentou dispersar os fiéis, com uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Mulheres também foram agredidas por soldados israelenses, segundo testemunhos locais.
A Mesquita de Al-Aqsa é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos.
Sionistas alegam tratar-se do Monte do Templo, área que supostamente abrigou dois santuários judaicos na Antiguidade.
Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde situa-se Al-Aqsa, junto de Cisjordânia e Faixa de Gaza, em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade, em medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.
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