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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Crimes do Daesh constituem genocídio, revela equipe da ONU

Mulheres iazidis em procissão funeral para vítimas do grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh), na aldeia de Kojo, distrito de Sinjar, norte do Iraque, 6 de fevereiro de 2021 [Zaid al-Obeidi/AFP via Getty Images]
Mulheres iazidis em procissão funeral para vítimas do grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh), na aldeia de Kojo, distrito de Sinjar, norte do Iraque, 6 de fevereiro de 2021 [Zaid al-Obeidi/AFP via Getty Images]

A equipe das Nações Unidas incumbida de investigar as ações do Estado Islâmico (Daesh) no Iraque descobriu “evidências claras e convincentes de que os crimes contra o povo iazidi cometidos pelo grupo terrorista constituem genocídio”, reportou ontem (10) a agência Reuters.

Karim Khan, chefe da equipe, relatou ao Conselho de Segurança ter apurado os responsáveis por genocídio e observou que o intuito do Daesh de “destruir física e biologicamente o povo iazidi manifestou-se no ultimato a diversas aldeias do Iraque: converta-se ou morra”.

O advogado britânico deve substituir Fatou Bensouda em julho como promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia.

Em 2014, o Daesh capturou a terra nativa do povo iazidi, no norte do Iraque.

Mulheres iazidis foram convertidas à força como “esposas” dos combatentes da organização terrorista, em meio a milhares de mortos e deslocamento forçado da maioria da população — então equivalente a 550 mil pessoas.

LEIA: No Iraque, 100 mulheres sobreviventes do Yazidi Daesh se juntam à força policial

Em 2016, uma comissão independente de inquérito das Nações Unidas denunciou o massacre do povo iazidi como genocídio.

A recente conclusão da equipe da ONU é o último capítulo de uma campanha por justiça liderada por Nadia Murad, cidadã iazidi iraquiana escravizada e estuprada por soldados do Daesh, e pela advogada de direitos humanos Amal Clooney.

Em 2018, Murad foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para combater a violência sexual como arma de guerra.

Ambas pressionaram o Conselho de Segurança a criar uma equipe investigativa em 2017 para referir as descobertas a Haia ou criar uma corte especial para julgar os culpados.

“As evidências foram coletadas, mas ainda buscamos vontade política para seguir com o processo”, escreveu Murad ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira.

Até então, a equipe da ONU identificou 1.444 suspeitos de ataques contra o povo iazidi.

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