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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Fepal pede que deputados votem contra acordo de cooperação entre Brasil e Israel

Audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, em Brasília, 28 de abril de 2021 [Cleia Viana/Câmara dos Deputados]
Audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, em Brasília, 28 de abril de 2021 [Cleia Viana/Câmara dos Deputados]

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) enviou nesta terça-feira (11) uma carta aos deputados federais da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), listando os motivos para votarem contra o acordo de cooperação entre Brasil e Israel na área de Defesa  (MSC 371/2019). A proposta volta a ser pauta da comissão nesta quarta-feira e o público pode opinar através da enquete no site da Câmara.

A carta, assinada pelo presidente da Fepal, Ualid Rabah, busca demonstrar a importância do voto contrário ao acordo, diante dos últimos acontecimentos trágicos ocorridos em Jerusalém, Gaza e em toda a Palestina. “Primeiramente, é inoportuno que se aprove cooperação com um estado agressor justamente em momento tão delicado como este, em que o mundo testemunha os hororores praticados por Israel contra o povo palestino. Já são mais de 30 os palestinos mortos, crianças incluídas, e mais de 300 feridos, para não falarmos das profanações de mesquitas e igrejas, tanto por extremistas judeus quanto pelas forças de ocupação israelenses”, afirma.

Segundo Rabah os últimos eventos na Palestina que tem chocado a comunidade internacional comprovam as denúncias de que Israel promove limpeza étnica e busca “a judaização de Jerusalém”, através da “total descristianização e desislamização da cidade sagrada”. Também aponta que “Israel é um regime de apartheid” e “não respeita as resoluções da ONU e o direito internacional”.

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“Além do mais, Israel ocupa ilegalmente a Palestina e testa armamentos, munições e sistemas de guerra contra o povo palestino. Ou seja: Israel enriquece vendendo para o mundo armas de guerra que matam e mutilam a população civil palestina, o que é crime de guerra e lesa a humanidade, conforme agora investiga o TPI – Tribunal Penal Internacional”, afirma a Fepal. “O Brasil não pode ser cúmplice destes crimes de Israel na Palestina e nos países vizinhos, ou em qualquer outra parte do mundo. Aprovar a MSC 371/2019 fará com que os impostos do povo brasileiro financiem a máquina de guerra israelense. As mãos do nosso povo não podem ser manchadas dos sangues palestino, libanês, sírio e demais provos agredidos por Israel”.

A carta reitera que o país não precisa de armamentos israelenses e as forças armadas e indústria de defesa nacional são o suficiente para suprir as necessidades brasileiras.

“Apoiar guerras que destroem países e matam seus povos enfraquece moralmente o Brasil e prejudica nossos interesses, especialmente os comerciais e estratégicos, de longo prazo”, dizem. “Nossa tradição diplomática nos fez amigos de todos os povos e ela não pode ser abandonada. O Brasil deve abrir portas no mercado internacional e fortalecer-se geopoliticamente”.

Caso aprovado, o acordo com Israel na área de Defesa aprofundaria a cumplicidade brasileira com os crimes cometidos por Israel. Ele será discutido pela CREDN em meio a escalada de violência contra os palestinos em Jerusalém e Gaza e a iminente ameaça de expulsão das famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, localizado em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado e anexado ilegalmente por Israel.

A Fepal também lançou uma nota pública nesta terça se manifestando sobre os crimes de Israel em Jerusalém. Eles rechaçam as ações de limpeza étnica na Palestina, especialmente pela as expulsões de moradores do bairro de Sheikh Jarrah. E acusaram Israel “de premeditar a violência para integral judaização de Jerusalém, como ficou claro na brutal repressão aos cristãos, incluindo sacerdotes, impedindo-os de acesso à Igreja do Santo Sepulcro para a cerimônia do Fogo Sagrado, no início do mês, e o bloqueio, no início do Ramadã, do Portão de Damasco, que dá acesso à Esplanada das Mesquitas”.

Eles renovaram a denúncia de que “sionismo é a mais repulsiva forma de racismo nos dias atuais e que Israel é um regime de apartheid”.

“Por fim, apelamos às autoridades, organizações da sociedade civil e ao povo brasileiro que denunciem os crimes de Israel na Palestina e apoiem a luta do povo palestino para seguir vivendo em paz em sua terra, o Estado da Palestina, com Jerusalém sua capital”, afirmam.

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