Joe Biden realizou neste sábado (15) seu primeiro telefonema como Presidente dos Estados Unidos ao Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em meio a bombardeios israelenses e disparos de foguetes de grupos de resistência na Faixa de Gaza.
As informações são da agência Reuters.
Biden enviou um representante para tentar conter a violência, que deixou ao menos 181 vítimas em Gaza e dez em Israel. Entretanto, esforços regionais e internacionais ainda não demonstraram qualquer progresso.
O presidente democrata, pressionado por forças opostas na política americana — o tradicional lobby sionista, por um lado, e uma nova onda progressista, por outro —, destacou a “necessidade do Hamas de cessar o disparo de foguetes a Israel”.
Ambos “expressaram compartilhar preocupações sobre a trágica perda de vidas civis, incluindo crianças, conforme a violência em curso”, observou um comunicado da Casa Branca.
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Biden assegurou seu “compromisso com a parceria Estados Unidos-Palestina” e enfatizou a recente decisão de seu governo de restaurar o envio de recursos assistenciais a Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza sitiada, cortados por seu predecessor, Donald Trump.
Segundo um resumo do telefonema divulgado pela agência oficial palestina Wafa, Biden declarou opôr-se ao despejo de famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental. Entretanto, a versão de Washington não citou o caso.
Um duradouro processo legal, conduzido pelo judiciário da ocupação israelense, ordenou a expulsão de residentes palestinos de Jerusalém ocupada, para substituí-los por colonos ilegais. A repressão de Israel contra protestos civis deflagrou tensões que alastraram-se a Gaza.
A Autoridade Palestina de Abbas tem autonomia limitada na Cisjordânia ocupada pelo exército israelense, capturada durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, junto da Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. O Hamas mantém um governo de fato sobre Gaza desde 2007.
Washington considera o Hamas como organização terrorista e não mantém qualquer contato com o movimento islâmico.
Alguns analistas observam que a escalada israelense em Gaza pode conceder uma oportunidade ao grupo de resistência de marginalizar Abbas e apresentar-se como guardião de Jerusalém, cuja porção oriental é prevista como futura capital de um estado palestino.
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