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Protesto pelo fim do massacre palestino reúne centenas em São Paulo

Este sábado (15), por ocasião dos 73 anos da Nakba (catástrofe palestina), centenas de pessoas participaram de uma carreata pelo fim do massacre palestino. O ato começou em frente ao restaurante de refugiados palestinos Al Janiah, no bairro Bela Vista, e terminou no estacionamento do estádio do Pacaembu, com duração de aproximadamente quatro horas. O evento foi organizado pela Frente em Defesa do Povo Palestino, restaurante Al Janiah e pela Juventude Palestina Sanaúd; participaram refugiados palestinos, árabes em geral, políticos e militantes.

A carreata reuniu cerca de cem pessoas a pé e aproximadamente 150 carros  – com cartazes, bandeiras e lenços palestinos pendurados -, e movimentou as ruas com buzinas e gritos de ordem.

Por determinação da polícia, o protesto precisou passar pelo bairro de Higienópolis, tradicionalmente judaico, para que não se chocasse com uma manifestação pró-Bolsonaro programada para a Paulista. Nas ruas do bairro de elite, muitas pessoas demonstraram solidariedade com o protesto, aplaudindo e estendendo Kufias (lenço palestino) nas janelas enquanto a carreata passava. Entretanto, alguns moradores provocaram os manifestantes, gritando do alto dos prédios, estendendo bandeiras de Israel e fazendo gestos obscenos. Algumas pessoas acompanharam o ato a pé, caminhando na frente da carreata e atrás do carro de som, um desses manifestantes contou que houve uma discussão que poderia ter acabado em tragédia, quando um homem que portava uma arma discutiu com um manifestante em uma rua residencial próxima ao Shopping Higienópolis. “Um morador estava em frente a um condomínio e começou a discutir com um manifestante, esse manifestante saiu de perto e esse homem arrumou a calça com o intuito de mostrar que estava portando uma arma, e começou a olhar feio para todo mundo, sem máscara, sem nada”, disse Igor Galvão, militante da União da Juventude Comunista (UJC), juventude do Partido Comunista Brasileiro.  “Ele olhava feio para todos e fazia questão de mexer na calça e mostrar a arma, para intimidar as pessoas. A polícia militar estava no ato, viu e não fez nada. Eu vi e avisei as pessoas para continuarem e não caírem em provocação, porque poderia ter algum tipo de violência”, disse ele.

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Ao fim do percurso, no estacionamento do estádio, todos saíram dos carros e, ao pôr do sol, ficaram em silêncio enquanto os muçulmanos presentes rezavam a oração do  Maghrib.

Em seguida, ativistas, políticos, palestinos e até mesmo crianças discursaram pedindo pela libertação da Palestina e fim do apartheid israelense.  A ação teve falas de integrantes do PSTU, PSOL, PT, PCB E MRT, FEPAL e Juventude Rebeldia.  A candidata Vera Lúcia, do PSTU foi uma das primeiras a falar..

Juliana S., militante da UJC, esteve no ato em São Paulo e afirmou que a organização esteve presente em atos de solidariedade e de rememoração dos 73 anos da Nakba das diversas cidades do Brasil. “Diante os últimos acontecimentos em Jerusalém, em Gaza, e em toda a Palestina, o nosso internacionalismo se faz ainda mais necessário. A total libertação do povo palestino necessita dos laços e demonstrações de solidariedade de todos os povos do mundo”, afirma ela. “E nós, da juventude brasileira que sofremos tanto com as imposições do imperialismo, assim como a juventude palestina, não poderíamos nos furtar de construir ativamente, todos os dias, a luta internacional pela emancipação do povo palestino e de todos os povos do mundo”, conclui.

Giovanna Braga, estudante de Ciências Sociais e integrante da frente Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) da Universidade de São Paulo (USP), disse que o ato “provou a importância, a relevância, a atualidade e a vida presente na causa palestina. Deu gás extra pra continuar na luta, se envolvendo por inteiro em solidariedade até que a libertação chegue”.

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