Em comunicado compartilhado com a imprensa neste domingo (16), a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos reportou que, desde o início de abril, forças israelenses prenderam cerca de 1.500 palestinos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
As informações são da agência Anadolu.
“A ocupação israelense prendeu aproximadamente 1.500 homens e mulheres palestinos desde a escalada dos confrontos em Jerusalém, em abril”, relatou a nota. Trata-se do mais alto número registrado de prisões desde o levante popular de outubro de 2015.
O comunicado destacou que a maioria dos detidos são dos territórios ocupados, onde ocorreram mais de 700 prisões desde 9 de maio. Em Jerusalém, a campanha de detenção atingiu 400 palestinos, com outros 400 presos nas províncias da Cisjordânia.
A maioria dos presos em Jerusalém e no território considerado Israel — isto é, ocupado após a Nakba, ou “catástrofe”, via limpeza étnica, em 1948 — foram libertados sob condições do estado sionista. Entretanto, a maioria dos detidos na Cisjordânia permanece em custódia.
A partir de 13 de abril, tensões nos territórios palestinos escalaram exponencialmente, como resultado de ataques brutais da polícia e colonos israelenses em Sheikh Jarrah e no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, entre outros.
Protestos eclodiram em toda a Palestina após esforços israelenses para evacuar doze casas palestinas em Sheikh Jarrah, para substituir as famílias residentes por colonos ilegais.
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Desde 10 de maio, a situação assumiu uma perigosa virada quando Israel lançou uma ofensiva de larga escala, com aviões de guerra e artilharia, contra a Faixa de Gaza. Grupos da resistência palestina responderam ao disparar foguetes contra cidades israelenses.
No domingo (17), as operações militares de Israel deixaram 202 palestinos mortos — 181 em Gaza e 21 na Cisjordânia —, além de 5.588 feridos, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.
Israel hoje mantém cerca de 4.400 palestinos aprisionados, incluindo 39 mulheres e 155 crianças, além de 350 palestinos sob detenção administrativa — isto é, sem julgamento ou sequer acusação formal.