No sábado (15), o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu acusou cidadãos palestinos do Estado de Israel — isto é, residentes reconhecidos do território ocupado durante a Nakba, em 1948 — de propagar violência no país e atacar concidadãos judeus.
“O que ocorre aqui é a coisa mais perigosa do mundo”, alegou Netanyahu, sem conceder detalhes ou evidências. “Um enorme grupo de árabes que viola a lei, que ataca judeus! Eles põem fogo em sinagogas, destroem lojas e propriedades judaicas”.
O líder do partido ultranacionalista Likud então prometeu que seu serviço interno de segurança, o Shin Bet, e suas forças policiais conduzirão investigações sobre “ataques terroristas” cometidos por cidadãos palestinos contra judeus em Israel.
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O Centro Legal para os Direitos da Minoria Árabe em Israel (Adalah) rejeitou as alegações de Netanyahu. Segundo a entidade, o premiê volta a incitar contra cidadãos árabes enquanto “milícias racistas de caráter judaico marcham pelas ruas e atacam palestinos”.
“O primeiro-ministro israelense insiste que sua polícia, apesar da brutalidade imposta aos cidadãos palestinos, ainda receberá absoluto apoio político por suas ações”, observou Adalah.
“Netanyahu mais outra vez demonstra que o estado de direito não tem valor algum no que se refere aos cidadãos palestinos, sejam residentes de Israel, Cisjordânia, Jerusalém Oriental ou Faixa de Gaza”, reiterou o comunicado.
“Os recentes assassinatos de civis palestinos — incluindo [58] crianças — em Gaza somam-se à lista de crimes de guerra a ser investigados pelo Tribunal Penal Internacional. As declarações de hoje põem Netanyahu como principal suspeito a Haia”, concluiu a organização.