Ministro de Relações Exteriores da Turquia Mevlut Cavusoglu (à direita) reúne-se com o chanceler palestino Ryad al-Maliki, em Ancara, Turquia, 7 de maio de 2021 [Cem Özdel/Agência Anadolu]
A Turquia propôs a formação de uma força internacional para proteger os palestinos, à medida que a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza continua em vigor.
Cerca de duzentos palestinos foram mortos pelos bombardeios israelenses desde 10 de maio, incluindo 58 crianças. Centenas ficaram feridos.
Em encontro emergencial da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), países-membros como Arábia Saudita, Malásia e Paquistão reiteraram seu repúdio às ações de Israel contra os palestinos em Jerusalém Oriental ocupada e aos crimes de guerra cometidos em Gaza.
A Turquia foi além e propôs a formação de um “mecanismo de proteção internacional” para a população dos territórios palestinos ocupados.
Na reunião realizada neste domingo (16), o Ministro de Relações Exteriores da Turquia Mevlut Cavusoglu declarou: “Tais esforços devem incluir proteção física, ao compor uma força internacional com contribuições militares e financeiras dos países dispostos”.
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Cavusoglu exortou a organização e toda a comunidade internacional a preservar a justiça e a humanidade ao abordar a questão. “Não deve haver quaisquer considerações. É hora de mostrarmos nossa união e determinação”, declarou o chanceler.
Ao reiterar que muçulmanos de todo o mundo esperam uma demonstração de liderança e coragem da OCI, o ministro observou: “A Turquia está pronta para agir como for necessário”.
Detalhes de tamanha coalizão ou mecanismo internacional não foram debatidos, mas Cavusoglu garantiu conformidade da proposta com uma resolução da Assembleia Geral da ONU de 2018, a fim de preservar sua legitimidade sob a lei internacional.
O comentário do chanceler ecoa um telefonema do presidente turco Recep Tayyip Erdogan à sua contraparte russa, Vladimir Putin, na última semana. Erdogan insistiu em enviar uma “força de proteção internacional” como mecanismo para defender os palestinos e impor pressão.
O líder da Turquia reivindicou ainda o envolvimento do Conselho de Segurança da ONU, para suspender os ataques israelenses — “antes que a crise se agrave ainda mais”.