O governo dos Estados Unidos de Joe Biden aprovou uma venda de armas no valor de US$735 milhões a Israel, em meio à brutal ofensiva em curso do exército da ocupação contra a Faixa de Gaza, segundo reportagem divulgada hoje (18) pelo The Washington Post.
A decisão de ratificar a venda foi tomada em 5 de maio, cerca de uma semana antes de Israel começar seu bombardeio contra Gaza.
Entretanto, na ocasião, o exército israelense já conduzia uma repressão brutal contra protestos civis em resposta ao deslocamento forçado de residentes palestinos do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, além de violações na Mesquita de Al-Aqsa.
A venda em questão compreende itens das chamadas Munições de Ataque Direto Conjunto (JDAM), isto é, aparatos para converter bombas não-guiadas em armas “inteligentes”.
A decisão incitou repúdio de alguns membros do próprio Partido Democrata de Joe Biden, ao passo que o número de mortos em Gaza aumenta exponencialmente.
A congressista Ilhan Omar reivindicou que a venda não seja concluída — “à medida que crimes de lesa-humanidade são cometidos com nosso apoio”.
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“Será chocante por parte do governo Biden ir adiante com a venda de US$735 milhões em armamentos de precisão a Netanyahu [premiê de Israel], sem qualquer garantia, diante da escalada de violência e ataques contra civis”, observou Omar.
Prosseguiu: “Caso a venda avance, será vista como luz verde para a contínua escalada e prejuízo a qualquer tentativa de negociar um cessar-fogo”.
Ao menos 212 palestinos foram mortos pelos ataques aéreos de Israel, incluindo 61 crianças, desde 10 de maio, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza. Mais de 11.305 pessoas ficaram feridas e dezenas de edifícios foram destruídos ou danificados.
Até então, mais de 52 mil palestinos foram desabrigados, forçados a uma nova onda de deslocamento.
Em Israel, dez pessoas faleceram.