O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo prestará depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (18), às 9h. Os requerimentos de convocação foram apresentados pelos senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que querem explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a crise sanitária provocada pela covid-19.
Marcos do Val argumenta que um dos objetivos da comissão parlamentar de inquérito é apurar ações e possíveis omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia, especialmente no agravamento dos casos no Amazonas, com a falta de oxigênio para os pacientes internados.
O parlamentar diz ainda que, no período como ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo “executou na política externa o negacionismo de Jair Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o combate à doença”.
Uma das iniciativas do governo com Araújo foi o envio de uma delegação, chefiada por ele próprio, entre 7 e 9 de março, a Israel, em tese para fazer um acordo de testes e uso no Brasil do spray nasal EXO-CD 24, sem eficácia comprovada, contra a covid-19.
No fim, governo brasileiro não fechou acordo para importar o spray nasal de Israel contra a covid-19, conforme informação divulgada pelo colunista do UOL Jamil Chade nesta sexta-feira (14). A droga experimental era uma das apostas do presidente Jair Bolsonaro para combater o novo coronavírus no Brasil.
Em resposta a um pedido de informações da banda do PSOL na Câmara, o ministério informou que a viagem da comitiva custou pelo menos R$ 88,2 mil e terminou sem a assinatura de um acordo de cooperação entre o Brasil e a empresa israelense que desenvolve o spray..
Já Alessandro Vieira pretende obter informações sobre os exatos termos de atuação do ministério para trazer vacinas e insumos para o Brasil. (Com informações da Agência Senado)