Israel incitou maior indignação ao tentar justificar seus bombardeios a Gaza com o uso de versos do Alcorão. O ato foi considerado mais uma provocação do estado sionista.
Em sua página em árabe do Twitter, Israel compartilhou uma imagem dos ataques devastadores contra o território palestino sitiado junto de versos do capítulo 105 do livro sagrado islâmico, conhecido como al-Fil (O Elefante).
O capítulo conta a história de como Deus puniu um exército que atacou a cidade de Meca, ao enviar uma revoada de pássaros que atingiu os heresiarcas com pedras de argila.
أَلَمْ تَرَ كَيْفَ فَعَلَ رَبُّكَ بِأَصْحَابِ الْفِيلِ * أَلَمْ يَجْعَلْ كَيْدَهُمْ فِي تَضْلِيلٍ * وَأَرْسَلَ عَلَيْهِمْ طَيْرًا أَبَابِيلَ * تَرْمِيهِمْ بِحِجَارَةٍ مِنْ سِجِّيلٍ (سورة الفيل 1-4، القرآن الكريم) pic.twitter.com/7Rv2JOfq7c
— إسرائيل بالعربية (@IsraelArabic) May 18, 2021
‘Não viste como o Senhor lidou com o Exército dos Elefantes?’, posta Israel
O uso da escritura corânica deflagrou uma enorme onda de indignação, sob denúncias de que oficiais israelenses estão caçoando do Alcorão, em flagrante discriminação e incitação de 1.8 bilhões de muçulmanos espalhados em todo o mundo.
“Blasfêmia, sacrilégio e insensibilidade da maior magnitude”, comentou o proeminente teólogo Yasir Qadhi.
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“A conta oficial em árabe do estado de apartheid tuitou versos corânicos da Surah al-Fil, na qual se descreve a destruição do exército de Abraha com pedras, junto de uma imagem do bombardeio a Gaza”, explicou o estudioso muçulmano.
“Trata-se de um verdadeiro escárnio contra o Alcorão e contra a própria vida humana”, reiterou Qadhi. “Quão baixo podem ir?”
O clérigo ainda expressou surpresa de que a conta oficial de um estado reconhecido pela comunidade internacional pudesse recorrer a tamanha apelação. Contudo, observou tratar-se da realidade da “mentalidade sionista” desde suas origens coloniais.