O Ministro de Relações Exteriores do Líbano Charbel Wehbe pediu demissão do cargo ao Presidente Michel Aoun, após realizar uma entrevista televisionada que deflagrou tensões diplomáticas com doadores e aliados do Golfo, reportou a Reuters.
O chanceler em exercício sugeriu na segunda-feira (17) que estados da região concederam apoio efetivo à ascensão da organização terrorista Estado Islâmico (Daesh), entre outros comentários considerados pejorativos.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Bahrein convocaram seus respectivos embaixadores libaneses e emitiram queixas formais contra os “insultos” de Wehbe.
Sua postura foi descrita como ameaça aos esforços para melhorar relações com regimes sunitas, relutantes em outorgar ajuda financeira ao Líbano — ainda em crise econômica —, sob receios da influência do grupo xiita Hezbollah, ligado a Teerã.
Após reunir-se com Aoun, Wehbe relatou ter submetido um pedido de renúncia “devido aos recentes acontecimentos e circunstâncias que sucederam a entrevista à televisão”.
Nesta terça-feira, o ministro desculpou-se publicamente, ao alegar que não pretendia ofender “países árabes irmãos”.