Na Argentina, organizações sociais e políticas e civis se manifestaram em solidariedade com o povo palestino, nesta segunda-feira (17), em frente à embaixada de Israel. O argentino vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Perez Esquivel, enviou uma carta que foi lida durante a manifestação. Ele fala sobre a limpeza étnica sofrida pelo povo palestino e afirma que o apartheid israelense, “não é apenas uma aberração neste século XXI, mas é a maior expressão do colonialismo racista e criminoso”.
O comunicado de Adolfo Perez Esquivel foi publicado no site Aporrea, em espanhol e em inglês, com o título: Não ao exterminio do povo palestino.
“Dada a gravidade dos bombardeios e ataques do exército israelense na Faixa de Gaza, e a dimensão das diferenças óbvias entre o 4º maior poder em armas, como é Israel, contra a população sem exército de uma Palestina sob ocupação colonial, pedimos a intervenção imediata das organizações internacionais, para deter esta trágica escalada de morte e devastação”, diz Esquivel.
“Diante desta injustiça e do avanço da posição colonial racista, que recorre à limpeza étnica em violação a todas as normas internacionais, apelamos aos governos e povos do mundo para que parem este avanço colonial no século XXI, que não pode ser considerado um ‘confronto’, já que é a implementação de uma guerra terrorista, conduzida por uma potência que possui armas nucleares contra uma população desarmada e sitiada.”
O ativista defendeu o direito da Palestina de se defender dos ataques, mas ressaltou que a Palestina não tem exército e é evidente a “ diferença absoluta entre o Estado de Israel e o que resta da Palestina ”
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“Israel está repetindo seus constantes bombardeios contra a Gaza destruída, contra uma população que é impedida de obter alimentos, medicamentos, sem um exército e que só tem projéteis que seus milicianos fabricam em oficinas sem recursos ou que recorrem a pedras para se defender. Os bombardeios e mísseis israelenses constituem, neste caso, um crime contra a humanidade, uma ofensa do governo israelense às vítimas do Holocausto e ao povo israelense”.
“O invasor é igual ao invadido? O agressor racista é igual à vítima do racismo e do colonialismo?”, questiona Esquivel.
Várias outras personalidades e representantes de organizações sociais falaram na manifestação pacífica. O Comitê Argentino de Solidariedade com o Povo Palestino agora convoca para um novo ato no dia 20 de maio, quinta-feira, pelo fim do genocídio, colonialismo e apartheid na Palestina.