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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ongs em Gaza são testemunhas do bombardeio israelense contra civis

Operações de busca e resgate após ataques aéreos do exército israelense atingirem edifícios residenciais em Gaza, 16 de maio de 2021 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]
Operações de busca e resgate após ataques aéreos do exército israelense atingirem edifícios residenciais em Gaza, 16 de maio de 2021 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

Conforme Israel continua a bombardear civis na Faixa de Gaza, uma força de trabalho pouco conhecida mantém esforços coletivos para manter serviços sociais aos palestinos vulneráveis. Equipes de numerosas ongs em Gaza são heróis anônimos da comunidade.

Saif, por exemplo, é motorista do Programa de Alcance de Ônibus, administrado pela ong britânica iF Charity. Há muito esperava pelo feriado islâmico do Eid, que marca o fim do Ramadã, quando começou o bombardeio israelense, em 10 de maio.

Ao longo da pandemia, a iniciativa ajudou a levar crianças que dependem de diálise hepática para tratamento nos hospitais e de volta para casa.

“Eu estava feliz em ter uma folga, porque não é fácil ver tantas crianças tão doentes”, relatou. “Porém, elas lidam com bastante dor e são fortes, é inspirador”.

O bombardeio começou no primeiro dia das férias de Saif — recém-casado, que vive na mesma residência com sua família estendida, onde há sete crianças.

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“A ideia de perdê-los para bombas de Israel é muito para mim”, declarou. “Chegou a me fazer pensar se deveríamos ter nossos próprios filhos em Gaza e fazê-los enfrentar tudo isso”.

Na primeira noite da ofensiva israelense, toda a família ficou junta no andar térreo. “As portas tremiam e tentávamos acalmar as crianças, dizer que eram só fogos de artifício. Desde então, toda noite, pensamos se será ‘a’ noite — se será nossa última noite”.

Saif voltou ao trabalho para levar em segurança as crianças doentes ao hospital.

Com a pandemia de covid-19 ainda em alta na Faixa de Gaza, é vital seu transporte seguro para que mantenham o tratamento. Porém, estradas foram danificadas e por toda a parte há escombros de edifícios destruídos por bombas e mísseis israelenses.

Um trajeto de dez minutos leva mais de uma hora.

“Após deixar os pacientes no Hospital al-Shifa, dei uma volta na área para ver como estava. Muitos prédios destruídos, tantos escombros!”, prosseguiu Saif.

“Fui até a Rua al-Wehda e equipes de resgate buscavam sobreviventes. Então me pediram para usar minha van para levar um homem ferido ao hospital porque as ambulâncias estavam cheias. Estava vivo, mas eu mal acreditava! Tudo que dizia era ‘Oh, Senhor. Oh, Senhor’.”

Não há direitos humanos em Gaza [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Não há direitos humanos em Gaza [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Said destacou que ainda está em choque pela possibilidade de pessoas permanecerem dias e dias sob os escombros. “No entanto, fico feliz que passei por lá e pude ajudar”, observou.

Ongs como a iF Charity trabalham 24 horas por dia na Faixa de Gaza.

Sua equipe enfrenta os perigos da ofensiva israelense para preservar serviços assistenciais tão necessários ao território sitiado. São heróis anônimos da comunidade palestina e testemunhas de linha de frente do brutal bombardeio israelense contra a população civil.

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