Turistas israelenses se aglomeram em Socotra em férias ilegais dos Emirados Árabes

Uma visão geral das dunas de areia e da praia em frente a elas na área de Hoq, em 12 de março de 2011, na Ilha de Socotra, Iêmen [Marco Di Lauro/Getty Images]

Os Emirados Árabes continuam a operar voos diretos e viagens para a ilha iemenita de Socotra, apesar de não terem permissão do governo.

Segundo fontes locais, centenas de turistas estrangeiros chegaram ao arquipélago nos últimos dias com vistos concedidos por Abu Dhabi, de onde partiram voos diretos semanais em março.

No início deste mês, um assessor do Ministério da Informação, Mukhar Al-Rahbi, disse que a ilha “foi violada pelos Emirados Árabes, que planejam controlá-la há anos”.

“Hoje [os Emirados Árabes] se tornaram o principal controlador em Socotra. Até as delegações de turistas obtêm permissão para entrar em Socotra vindo dos Emirados Árabes”, disse ele.

Imagens de turistas estrangeiros circularam recentemente nas redes sociais, com muitos ativistas afirmando que a maioria é israelense. Relatórios surgiram no mês passado após uma imagem que supostamente mostra um grupo de turistas israelenses acompanhados por oficiais de segurança dos Emirados e seus assistentes na ilha.

A milícia do Conselho de Transição do Sul, apoiada pelos Emirados Árabes, que efetivamente controla a ilha após tomar sua capital no ano passado, também está impedindo a entrada de cidadãos iemenitas do continente sob o pretexto de impedir a propagação do coronavírus.

A chegada de israelenses à ilha ocorre meses depois de acordos de normalização entre Israel e Emirados Árabes e Bahrein terem sido assinados em setembro do ano passado. A Etihad Airways, de Abu Dhabi, já começou a oferecer voos diretos para Tel Aviv. O primeiro voo com turistas israelenses para Dubai, nos Emirados Árabes, ocorreu em novembro. A Gulf Air, do Bahrein, deve iniciar voos para Israel no próximo mês.

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