Em artigo divulgado ontem (17), o jornal turco Yeni Safak reivindicou a negociação de um acordo de demarcação marítima entre Turquia e Palestina, a fim de garantir acesso a direitos energéticos e hídricos nos territórios palestinos ocupados.
Segundo a proposta, a Turquia deve assinar um acordo de jurisdição com a Faixa de Gaza sitiada, similar ao acordo com a Líbia, a fim de fortalecer a posição dos palestinos na esfera internacional e motivar outros países a negociações do tipo.
Gaza vive sob severo bloqueio por mar, ar e terra há catorze anos, à medida que as atividades navais palestinas são restritas a apenas 11 km da costa territorial.
“Com este acordo, os palestinos poderão obter uma zona marítima de 10.200 km², que abrirá caminho ao uso de todos seus recursos marítimos”, comentou Cihat Yayci, ex-almirante turco e chefe do Centro de Estratégicas Globais e Marítimas da Universidade Bahcesehir.
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O professor observou que o tratado pode permitir à Turquia expandir sua jurisdição no Mar Mediterrâneo, em contraponto aos planos da Grécia e do Chipre (greco-cipriota) para a região.
“Os países têm interesses; por vezes, recursos, petróleo, prestígio ou cuidado aos oprimidos”, prosseguiu.
Segundo Yayci, seria um marco histórico como primeiro acordo entre a Palestina e uma potência global, a fim contribuir para seu reconhecimento formal e motivar a Autoridade Palestina e outros estados a avançar em negociações.
Em 2019, a Turquia assinou um acordo para assegurar as fronteiras marítimas com a Líbia; entretanto, repudiado por Grécia e Egito.