Convocados pelo Comitê Argentino de Solidariedade ao Povo Palestino, diversas organizações sociais e pessoas que se autoconvocaram pelo repúdio gerado pelos crimes contra a humanidade de Israel contra a Palestina ocupada,
A quinta-feira (20), em Buenos Aires, foi marcada por mais uma marcha de argentinos solidários com o povo palestino, até a embaixada israelense.
Com discursos de lideranças de vários partidos e movimentos sociais, o tom da marcha foi a acusação a Israel por terrorismo de Estado, com slogans como “Estado sionista, você é o terrorista”, e comparações com o nazismo; “Será como foi como os nazistas:, aonde eles forem iremos procurá-los”.
O Comitê Argentino de Solidariedade com o Povo Palestino, convocado do ato, divulgou documento em que pede, entre outras coisas, o julgamento e condenação de Israel pela Corte Internacional de Haia, por crimes de guerra.
Declaração de Solidariedade com o Povo Palestino
Dada a situação atual e 73 anos após a Nakba, estamos aqui presentes porque a catástrofe continua até hoje. Como é do conhecimento público, centenas de civis (incluindo crianças e mulheres) continuam a ser massacrados, mesmo com o uso de armas químicas proibidas por convenções e tratados internacionais. E como se isso não bastasse, escolas da UNRWA foram até bombardeadas, dentro das quais havia civis para proteção, hospitais (como o Hospital Al Shifa na cidade de Gaza) e prédios da mídia árabe (como AlJazeera e AP), com o claro objetivo de enfraquecer a resistência e a moralidade do povo palestino.
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É por tudo isso que voltamos a denunciar: – O inaceitável plano de colonização sistemática que Israel continua realizando nos territórios palestinos no século XXI. – O processo de judaização constante de Al Quds (Jerusalém) e da Cisjordânia que expulsa sua população palestina original. – As violações sistemáticas dos direitos humanos sofridas pela população palestina de Jerusalém, Gaza e Cisjordânia pela potência ocupante. – O infame crime de apartheid contra o povo palestino. – Os bombardeios ordenados pelo criminoso Benjamin Netanyahu que massacram a população civil palestina em Gaza. – Os despejos no bairro Sheikh Jarrah em Al Quds (Jerusalém) e a atroz repressão e assassinatos executados impunemente pelas forças de ocupação israelenses nos territórios ocupados da Cisjordânia, Al Quds e nas cidades palestinas onde hoje é Israel.
Entendendo que a comunidade internacional não pode ficar calada e que a Argentina tem neste espaço um lugar comprometido com os direitos humanos dos povos e sua autodeterminação, solicitamos ao governo argentino que promova as seguintes medidas:
- Adotar na Assembleia Geral das Nações Unidas uma resolução que renove o apelo para gerar sanções legítimas e efetivas contra Israel com foco no embargo militar, bem como para fornecer os meios para implementá-las, como uma contramedida para impedir sua anexação de fato e jure dos territórios palestinos ocupados e outras violações graves do direito internacional.
- Promover a ativação do Comitê Especial das Nações Unidas contra o Apartheid para abordar o regime de Israel sobre a população indígena da Palestina.
- Garantir a eficácia e atualização regular do banco de dados das Nações Unidas de empresas envolvidas em negócios em assentamentos israelenses ilegais.
- Apoiar a investigação do Tribunal Penal Internacional sobre crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados nos territórios palestinos ocupados.
Expressamos todo o nosso apoio e solidariedade ao povo palestino neste momento histórico. Pela autodeterminação dos povos, contra o colonialismo e a ocupação.
As armas que assassinam o povo palestino reprimem e assassinam nossos povos.
Obrigado colegas!
Comitê Argentino de Solidariedade com o Povo Palestino
20 de maio de 2021
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