Um líder do movimento iemenita houthi, ligado ao Irã, rejeitou neste domingo (23) novas sanções dos Estados Unidos contra oficiais militares e ameaçou conduzir maiores ataques a “países hostis”, após Washington reivindicar colaboração com os esforços de paz.
Na quinta-feira (20), a Casa Branca impôs novas sanções a dois comandantes militares houthis, à medida que rebeldes mantiveram uma ofensiva para capturar a região de Marib a despeito dos apelos do representante americano por desescalada e cessar-fogo.
Os houthis enfrentam uma coalizão liderada pela Arábia Saudita há mais de seis anos.
A guerra resultou em dezenas de milhares de mortos e levou o Iêmen à margem da fome.
“Sanções não assustam os mujahideen [combatentes sagrados]”, tuitou Mohammed Ali al-Houthi, chefe do conselho supremo do grupo iemenita. “Caso mantenham o bloqueio e a agressão, talvez haverá ataques em lugares inesperados de países hostis”.
O movimento rebelde mantém ainda ataques através da fronteira contra Arábia Saudita e uma forte ofensiva na região iemenita de Marib, rica em petróleo.
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Em março, Riad propôs um acordo nacional de cessar-fogo, incluindo a reabertura do fluxo aéreo e marítimo a áreas mantidas pelos houthis.
No entanto, o grupo rebelde insiste que as restrições sobre o porto de Hudaydah, principal entrada de bens ao país, e sobre o aeroporto de Sanaa, sejam antes suspensas, para então engajar-se em negociações e consolidar uma trégua.
A coalizão saudita interveio no Iêmen em março de 2015, após o grupo houthi derrubar o governo aliado de Abdrabbuh Mansur Hadi e capturar a capital Sanaa. O conflito é considerado uma guerra por procuração entre Arábia Saudita e Irã.
Na quinta-feira (20), Tim Lenderking, enviado especial dos Estados Unidos no Iêmen, também solicitou que a coalizão remova restrições sobre os portos e aeroportos do Iêmen, a fim de atenuar a pior crise humanitária do mundo, como descreve a ONU.