Neste sábado (22), ativistas do Marrocos reivindicaram boicote a produtos espanhóis, após uma escalada de tensões diplomáticas devido à presença do líder separatista saharaui Brahim Ghali no país europeu, segundo informações da agência Anadolu.
Chamados por boicotes em árabe, francês e espanhol viralizaram nas redes sociais.
No Marrocos, operam hoje mais de 800 empresas espanholas. A Espanha é considerada parceira comercial desde 2012.
Tensões eclodiram no fim de abril, quando o governo espanhol recebeu Brahim Ghali, presidente da autoproclamada República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e secretário-geral da Frente Polisário, para tratamento de coronavírus.
Autoridades espanholas não avisaram a monarquia norte-africana com antecedência.
Madrid alega razões humanitárias, mas Rabat descreveu o ato como “provocação inaceitável” e ameaçou consequências.
Após reuniões diplomáticas de alto escalão, realizadas na terça-feira (18), as tensões se atenuaram levemente.
No último ano, autoridades marroquinas recapturaram a região de fronteira, ao romper um acordo de cessar-fogo, conforme reconhecimento da soberania de Rabat pelo então presidente americano Donald Trump, em troca de normalizar relações com Israel.
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A Suprema Corte da Espanha convocou Ghali em 1° de junho para uma audiência preliminar sobre crimes de guerra dos quais é acusado.
O premiê espanhol Pedro Sanchez reafirmou seu compromisso em proteger as fronteiras da Espanha e da Europa; porém, sem referência direta ao Marrocos.