Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Presidente não quer revogar mandato do premiê libanês, alega aliado próximo

Presidente do Líbano Michel Aoun (à esquerda) encontra-se com então ex-premiê Saad Hariri, em Beirute, 22 de outubro de 2020 [Presidência do Líbano/Agência Anadolu]

O Presidente do Líbano Michel Aoun não queria revogar o mandato do premiê designado Saad Hariri, quando escreveu uma carta ao parlamento na última semana, na qual declarou que o veterano sunita seria incapaz de formar um governo, alegou Gebran Bassil neste sábado (22).

Bassil é genro do presidente e líder de seu partido Movimento Patriota Livre, que comanda o maior bloco cristão do país.

O veterano sunita Hariri foi incumbido em outubro da tarefa de compor um novo governo, após a renúncia de todo o gabinete de Hassan Diab, como consequência da enorme explosão no porto de Beirute, que deixou ao menos 200 mortos e devastou a capital do país.

Contudo, Hariri e Aoun mantêm um impasse há meses sobre a indicação de nomes aos ministérios. A formação de um novo governo — premissa para conduzir reformas e desbloquear socorro estrangeiro ao colapso financeiro libanês — permanece obstruída.

Diab e seu gabinete continuam em exercício.

A carta de Aoun foi lida na sexta-feira (21) em plenário. Alguns parlamentares a descreveram como declaração de que outra pessoa deveria ser indicada ao cargo de primeiro-ministro. Entretanto, Bassil reiterou que remover Hariri não era o objetivo de seu sogro.

“O propósito não é revogar a indicação do premiê designado”, reiterou Bassil ao parlamento.

Na sessão parlamentar, Hariri alegou que a carta é a forma do presidente de dizer: “Vocês nomearam este primeiro-ministro, mas não o quero, vão em frente, livrem-me dele”.

LEIA: Chanceler do Líbano pede demissão após ‘insulto’ a estados do Golfo

Enquanto isso, as reservas de moedas estrangeiras do Líbano tornam-se cada vez mais escassas. O país enfrenta ainda falta de combustível, energia elétrica e suprimentos médicos.

Sob os sistema sectário libanês, o presidente deve ser cristão maronita; o primeiro-ministro, muçulmano sunita; e o presidente do parlamento, muçulmano xiita.

Aoun é aliado do Hezbollah, considerado grupo terrorista pelos Estados Unidos. Seu genro, Bassil, esteve entre os políticos libaneses atingidos por sanções de Washington no último ano, acusado de corrupção e vínculos com a organização política e paramilitar.

Nabih Berri, presidente do parlamento, exortou Hariri a compor rapidamente um novo governo, em coordenação com o presidente, na esperança de preservar a estabilidade do país.

Não obstante, Hariri recusou-se ainda a escolher um gabinete conforme as vontades de Aoun.

“O único governo que vou formar é aquele necessário para interromper nosso colapso e impedir o desastre que ameaça os libaneses”, destacou o premiê designado.

Líbano, longa história de crises e desastres [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Categorias
LíbanoNotíciaOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments