A Comissão de Coordenação de Resistência do Iraque — coalizão paramilitar ligada ao exército iraquiano, no contexto de “guerra ao terror” — ameaçou ontem (23) escalar ataques contra forças dos Estados Unidos no país, com o objetivo de coagir sua retirada.
Em nota, o grupo armado observou que, após diversos esforços de mediação política, a “resistência” deu diversas oportunidades ao governo para solucionar a questão; porém, duas rodadas de negociações foram concluídas com resultados decepcionantes.
“Oficiais militares dos Estados Unidos declararam que não há cronograma iminente para a retirada de suas tropas”, observou o comunicado.
Segundo a coalizão majoritariamente xiita — ligada ao Irã —, as tropas estrangeiras permanecem no país a pedido do governo iraquiano.
“O governo atual não nega tais rumores; portanto, não é sincero ou qualificado, muito menos capaz de respeitar o desejo do povo iraquiano e expulsar as forças da ocupação de suas terras, preservar sua soberania e defender a constituição”, prosseguiu a declaração.
Negociações com o lado americano, insistiu o grupo armado, foram “nada mais que uma tentativa de procrastinar”, em persistente violação da constituição nacional.
LEIA: US$150 bi foram expropriados do Iraque desde 2003, afirma presidente
Em janeiro de 2020, o Parlamento do Iraque votou a favor de uma resolução para remover todas as tropas estrangeiras do país.
Há ainda cerca de 3 mil soldados estrangeiros filiados à coalizão de combate ao Daesh (Estado Islâmico), liderada por Washington, em solo iraquiano, incluindo 2.500 soldados americanos.
A Comissão de Coordenação de Resistência inclui o Kata’ib Hezbollah (Hezbollah do Iraque), Asa’ib Ahl Al-Haq, Kata’ib Sayyid al-Shuhada e Brigada Harakat Al-Nujaba.