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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘A guerra tem dois vencedores’, ex-premiê de Israel sugere reocupar Gaza

Ex-Primeiro-Ministro de Israel Ehud Olmert durante apresentação do ‘plano de paz’ do então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump para o Oriente Médio, em Nova York, 11 de fevereiro de 2020 [Bryan R. Smith/AFP via Getty Images]
Ex-Primeiro-Ministro de Israel Ehud Olmert durante apresentação do ‘plano de paz’ do então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump para o Oriente Médio, em Nova York, 11 de fevereiro de 2020 [Bryan R. Smith/AFP via Getty Images]

O ex-Primeiro-Ministro de Israel Ehud Olmert acredita que há dois vencedores na última ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, à qual o Hamas e outros grupos palestinos reagiram com foguetes caseiros contra cidades israelenses.

Em artigo ao jornal israelense The Jerusalem Post, Olmert afirmou que é hora de ir adiante e impedir a próxima rodada de foguetes, que podem chegar ao norte de Israel. Para tanto, segundo o ex-premiê é preciso encerrar o bloqueio imposto a Gaza e reocupá-la.

Desta forma, argumentou o veterano sionista, os habitantes do território palestino poderão reconstruir sua infraestrutura civil e melhorar seu padrão de vida.

Os comentários de Olmert foram feitos no contexto de duras críticas ao governo da ocupação, sobretudo após os bombardeios contra a Faixa de Gaza. Após o cessar-fogo, o rival de Netanyahu sugeriu uma mudança de conjuntura na região.

Para Olmert, a “resposta” israelense era inevitável, de modo que nenhum país do mundo deixaria mísseis caírem sobre alvos civis. “Israel não teve escolha senão retaliar e impor um duro golpe àqueles que ameaçaram nossa segurança”, alegou o ex-premiê.

Entretanto, questionou se realmente era necessário demolir edifícios e destruir escritórios de agências de notícias internacionais em Gaza — incluindo Al Jazeera e Associated Press.

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Segundo o político israelense, dados publicados nos últimos dias demonstram que as Forças de Defesa de Israel (FDI) tomaram todas as precauções para minimizar danos colaterais, a despeito de danos ostensivos contra áreas civis no território palestino.

“Infelizmente, inocentes tornaram-se vítimas desta guerra e compartilhamos a dor e a angústia do povo de Gaza”, prosseguiu Olmert. “Há tempos em que este resultado é inevitável”.

“Israel sabe exatamente o que é preciso para derrubar o regime do Hamas na Faixa de Gaza e alterar o equilíbrio de poder para levar a uma nova realidade em campo”, reiterou.

“Teremos assim um horizonte completamente novo e uma oportunidade de uma vida melhor para o povo de Israel e os 2.5 milhões de palestinos de Gaza, que sofrem pela chacina causada pelo Hamas”, escreveu o ex-premiê sionista.

Olmert afirmou, no entanto, que a única forma de mudar a situação na Faixa de Gaza é enviar o exército israelense ao território palestino — isto, reocupá-lo fisicamente e não somente controlar fronteiras, águas territoriais e espaço aéreo.

“Não há outro modo”, declarou. “Não estamos preparados para tanto pois levará a enormes baixas entre nossos soldados e o povo de Gaza. O resultado de uma operação desse tipo será tão devastador que não estaremos preparados para encará-lo”.

“Não estamos prontos para isso e, em último caso, tampouco queremos conduzir uma operação assim”, enfatizou Olmert. “De fato, quando [Netanyahu] anunciou que derrubaria o Hamas em 2009, era apenas uma manobra política para influenciar as eleições”.

Na sua opinião, o atual premiê sabe que não pode e sequer está disposto a avançar com uma decisão complexa e onerosa como reocupar a Faixa de Gaza. Desta forma, as palavras de Netanyahu sobre impor um “golpe fatal” ao Hamas são apenas performance.

“Nós julgamos a operação pelo número de edifícios, túneis e abrigos militares destruídos e as vítimas do lado palestino”, concluiu Olmert. “Eles veem isso como mais outra rodada na qual falhamos em impedí-los de disparar foguetes através da fronteira”.

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