Egito sob pressão para revelar destino de atleta desaparecido há cinco anos

Youssef Taha Ahmed [WeRecord]

A plataforma de direitos humanos We Record exortou o Ministério do Interior do Egito a revelar o destino do jogador de futebol Youssef Taha Ahmed, desaparecido há cinco anos.

O atleta contratado pela equipe Al-Nasr foi preso pelas forças de segurança em 2016, durante um protesto em frente à sede do clube Al-Masry, na província de Porto Said.

O regime egípcio do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi tem histórico de perseguir jogadores de futebol que falam abertamente sobre política.

O caso mais notório remete a Mohamed Aboutrika, considerado um dos melhores jogadores do futebol africanol, designado “terrorista” por suposta filiação à Irmandade Muçulmana e encaminhado a um julgamento arbitrário por evasão fiscal.

Aboutrika costumava comentar sobre política, sobretudo ao expressar apoio aos palestinos da Faixa de Gaza e à Revolução de Janeiro de 2011 — que depôs o longevo ditador Hosni Mubarak e culminou na primeira eleição democrática à presidência do Egito.

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Em 2013, Sisi derrubou o governo eleito via golpe militar.

Forças de segurança também detiveram Mido Jaber, jogador do clube Ceramica Cleopatra, desaparecido desde novembro, avistado pela última vez em um hotel pertencente ao exército. Ativistas pressionaram por seu paradeiro sob uma hashtag em árabe.

Na ocasião, em vídeo divulgado online, o presidente da equipe Zamalek, Mortada Mansour, alegou que Jaber e sua família eram membros da Irmandade Muçulmana.

O regime militar de Sisi designa a Irmandade Muçulmana como grupo terrorista e persegue supostos membros. Entretanto, qualquer crítico é acusado de pertencer ao movimento, mesmo quando opõe-se abertamente às suas diretrizes.

Hamada al-Sayed, jogador do clube de futebol Aswan, passou dois anos em custódia antes de ser liberado, em 2017, sob acusação de pertencer a um grupo terrorista do Sinai.

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