Nesta quarta-feira (26), o general Joseph Aoun, comandante máximo das Forças Armadas do Líbano, informou a França que a crise econômica libanesa pôs o próprio exército à margem do colapso, como risco iminente à estabilidade nacional.
Em resposta, Paris ofereceu socorro alimentar e médico às tropas libanesas.
As informações são da agência Reuters.
A França lidera esforços para ajudar sua antiga colônia, mas mantém pressão à elite política do Líbano para compor um novo governo e instituir reformas, como prerrogativa para liberar recursos estrangeiros. Em Beirute, no entanto, prevalece o impasse.
O descontentamento atingiu as forças de segurança à medida que o colapso fiscal devastou seus honorários. Em comentário raramente tão direto, em março, Aoun reiterou que seus alertas sobre a possibilidade de uma “implosão” foram ignorados.
Segundo fontes informadas sobre a visita do comandante a Paris, Aoun relatou a oficiais franceses que a situação é insustentável.
“Nos preocupa porque o exército é a espinha dorsal do país”, alegou uma fonte próxima às reuniões de ontem, que contaram com a presença do Presidente da França Emmanuel Macron.
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Conforme as informações, Paris prometeu enviar suprimentos aos soldados do Líbano, cujos salários caíram em cinco ou seis vezes nos últimos meses. O governo francês trabalha ainda para realizar uma conferência internacional em junho e mobilizar apoio ao exército.
A libra libanesa desabou em 90% desde o fim de 2019, como parte do pior colapso financeiro do país desde a guerra civil, entre 1975 e 1990.
Historicamente, o exército libanês é visto como rara instituição de orgulho nacional. Porém, no início da guerra civil, dividiu-se em facções sectárias, a partir de um colapso semelhante.
Em nota, após reunir-se com o comandante do exército francês, François Lecointre, Aoun enfatizou que suas tropas enfrentam “uma crise enorme que deve piorar”.
O gabinete de Macron afirmou manter seu apoio às Forças Armadas do Líbano.