Arábia Saudita mantém prisões de ativistas de direitos humanos

Mohammed Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, durante cúpula do G20 em Osaka, Japão, 28 de junho de 2019 [Brendan Smialowski/AFP via Getty Images]

Saeed Bin Nasser al-Ghamdi, acadêmico e proeminente opositor do regime saudita, revelou que Riad recentemente deteve treze ativistas por se comunicarem com grupos de direitos humanos no exterior. Porém, não pôde revelar os nomes dos detidos.

“O estado tenta espalhar rumores de espionagem estrangeira para incriminá-los, sob alegações costumeiras a regimes injustos; no entanto, de fato nos faz o favor de confirmar a repressão como pedra angular do regime”, tuitou al-Ghamdi.

Prosseguiu: “O número daqueles que se comunicam com seus irmãos no exterior, porém, é maior do que o estado pode imaginar, mais vasto do que pode compreender”.

Em setembro, figuras da oposição saudita no exílio anunciaram a formação do Partido da Assembleia Nacional, para reagir à repressão contra dissidentes no reino e no exterior.

Yahya Asiri assumiu a liderança da coalizão sediada em Londres. Além de al-Ghamdi, seus membros incluem o acadêmico Madawi al-Rasheed; Abdullah al-Awda, radicado nos Estados Unidos; e Omar Bin Abdulaziz, residente no Canadá.

O movimento político tornou-se o primeiro bloco de oposição a mobilizar-se publicamente durante o reinado de Salman Bin Abdulaziz. A Arábia Saudita é uma monarquia absoluta e quem expressa opiniões contrárias ao governo é alvo de prisão.

Dezenas de ativistas e políticos foram forçados à diáspora. Contudo, autoridades de Riad mantêm a perseguição contra eles e suas famílias, mesmo em outros países.

Em setembro de 2017, o regime saudita conduziu uma onda de prisões de ativistas e religiosos influentes no país — dentre os quais, Salman Al-Odah, Awad Al-Qarni e Ali Al-Omari —, sob acusações de “terrorismo” e conspiração contra o estado.

Os três permanecem detidos, apesar de apelos internacionais por sua soltura.

LEIA: Repressão total na Arábia Saudita, apesar de presos libertados, relata HRW

Sair da versão mobile